“Não li o meu contrato porque isso não importa”
O piloto finlandês é um dos personagens mais marcantes do mundo da Fórmula 1, não só pelo que faz como pelo que diz
Desconcertante! Kimi Raikkonen, uma das figuras mais interessantes e estranhas da história da Fórmula 1, deu uma entrevista em que deixa claro que se se meterem na vida dele vai-se embora
O Grande Prémio da Hungria, realizado anteontem, foi o pretexto para a entrevista dada a uma revista húngara uns dias antes da corrida e agora divulgada.
Kimi Raikkonen, campeão mundial em 2007, é um personagem no “paddock”. Senhor de uma personalidade forte e amiudadas vezes incompreensível, voltou anão deixar ninguém indiferente com mais esta entrevista.
Perguntado sobre a grande quantidade de finlandeses que se deslocaram a Budapeste nos últimos dias respondeu: “Não creio que tenham vindo por minha causa. Simplesmente aproveitaram o pretexto da corrida para depois ficarem por cá mais uns dias e visitarem Budapeste, que é uma cidade fantástica.”
Em 2009, quando era o segundo desportista mais bem pago do mundo, sendo apenas superado pelo golfista Tiger Woods, Raikkonen espantou o mundo das corridas ao anunciar o abandono da Fórmula 1 e assinar contrato com a Citroën para disputar o Mundial de Ralis. Daí que o eventual regresso ao WRC tenha passado a ser motivo de conversa a cada nova entrevista.
“Tenho-me afastado um pouco do sr alis, massem e retirar definitivamente da Fórmula 1, certamente quererei voltar. Mas de momento não posso praticares sa modalidade, de vido à família eà Fórmula 1.”
Apesar de muito cioso da vida privada, sabe-se que cultiva passatempos pouco consentâneos com a atividade profissional, pois gosta de praticar motocrosse e jogar hóquei no gelo, modalidades que envolvem uma considerável dose de risco no tocante a lesões. Kimi também aceitou falar disso e quando lhe perguntaram se a Alfa Romeo (atual equipa de F1) lhe tinha imposto no contrato cláusulas restritivas, respondeu desta forma: “Não li o meu contrato porque isso não importa no que me diz respeito. Quando falei pela primeira vez com a Alfa Romeo disse-lhes que se se queixassem de algo da minha vida privada ia-me embora. Há muitas coisas perigosas na vida... Claro que trato de ter cuidado, mas falaremos de problemas se e quando existirem problemas.”
A 17 de outubro de 2018, no dia em que comemorou o 39.º aniversário, o piloto lançou uma biografia intitulada “O desconhecido Kimi Raikkonen”, da autoria de Kari Hotakaienen. Entre as muitas histórias que conta, a revista húngara destacou um episódio no qual durante o serviço militar, quando tinha apenas 19 anos, foi punido duramente por ter-se apresentado ao serviço bêbado depois de ter gozado uns dias de licença para correr. Perguntaram-lhe se já tinha falado com os filhos sobre o tema.
“Temo que tenha de fazê-lo. O meu filho [Robin, de 4 anos] já faz muitas perguntas e quando apreender a ler encontrará isso em qualquer lado. É melhor ir começando a contar as coisas para que percebam como a vida é.”
A talho de foice, também pode contar aos miúdos (tem também uma filha, Rianna, de dois anos) o episódio em que foi detido num aeroporto por, estando ébrio, se ter deitado no tapete do controlo de bagagens para... fazer uma radiografia de corpo inteiro.
Por último, a pergunta inesperada tendo em conta a singularidade do entrevistado. Depois de retirado, há alguma hipótese de vir a fazer parte da organização da Fórmula 1? A resposta foi cortante: “Deus me livre... Isso não é para mim! A Liberty Media tem mais política do que alguns países.”
“Quando falei com a Alfa Romeo disse-lhes que se se queixassem de alguma coisa da minha vida privada ia-me embora”
Kimi Raikkonen