Graça: o palco dos duelos Jóni-Gustavo
Entre 2014 e 2016, antes da “era Alarcón”, a subida teve lutas entre dois dos atuais protagonistas
Analisando as chegadas mais recentes à Senhora da Graça, há conclusões interessantes: Jóni Brandão esteve sempre na luta pelos primeiros lugares (em 2017 não alinhou), mas nunca ganhou; Gustavo Veloso nunca perdeu tempo para rivais diretos nos anos em que esteve a discutir a Volta; Vicente García de Mateos evoluiu todos os anos; João Rodrigues só a subiu duas vezes (em 2015 era um jovem do Tavira e foi 64.º). Pelo histórico, percebe-se que os 8,5 quilómetros do Monte Farinha, que estão no percurso da Volta há 41 anos – é a chegada mais repetida, pois desde então só não se fez duas vezes –, têm sido palco de um duelo entre dois dos atuais protagonistas, Brandão e Veloso, até agora com vantagem para o portista.
Os bons desempenhos de Veloso dizem muito sobre as características de uma subida com inclinação média de 7,3%. Apesar de ter algumas zonas bastante duras, a Senhora da Graça sobe-se em boa velocidade e permite, no último quilómetro, a recuperação e ataque de homens rápidos, como o galego, que sempre aproveitou o final para superar um trepador puro como é Jóni Brandão.
Sendo interessante verificar que o vencedor na Graça, com exceção dos anos em que vingou uma fuga, é sempre alguém que soma a ponta final à capacidade para subir, esses são precisamente os atributos de Vicente García de Mateos, que hoje será outro candidato ao triunfo, sobretudo atendendo à sua evolução: até 2015 perdia minutos, há um ano ficou a sete segundos de Alarcón. Falta saber, em relação aos dois espanhóis, se conseguirão acompanhar os dois portugueses até à zona que os favorece.
O único dos quatro candidatos sem muitas referências na subida é João Rodrigues, pois em 2015 era demasiado novo e o ano passado foi quinto, mas tendo o líder Alarcón à sua frente.