Europa rendeu-se às doutoras de Coimbra
FUT. FEMININO Equipa da Universidade de Coimbra venceu a prova europeia de futebol feminino universitário com atletas de futebol e futsal
Reativada em 2018, equipa da universidade conquistou o título europeu e a simpatia de todos com a boa disposição que espalhou, numa prova em que a margem de erro não existia
“Foi uma explosão de alegria! Ao início parece que não aconteceu,é um sonho .” O sonho de que fala Jéssica Pedreira sé a conquista europeia de futebol universitário feminino (de sete), no final de julho, em Madrid. Para a capitã da equipa da Universidade de Coimbra (UC), esta foi a última participação, uma vez que, concluído o mestrado, já está a dar aulas, mas culminou com mais uma conquista, para somar a outras na modalidade de futsal. “Por ser o último, fez com que o vivesse mais intensamente. Já estive no Europeu universitário de futsal em 2014, na Holanda, mas vivi mais este. Terminei da melhor maneira”, sentencia.
Esta não foi uma conquista fácil. “Primeiro calhámos num grupo superdifícil, com a campeã e vice-campeã europeia em título. Não havia espaço de manobra para perder, tínhamos de vencer todos os jogos para ir à final”, diz a avançada. “Tínhamos ambição de chegar ao pódio, mas ganhar? Não estávamos à espera! Só o primeiro de cada grupo passava à final. Perder um jogo implicava estar fora”, completa o treinador Alexandre Pedro, de 26 anos, atirar o doutoram entoem Química. Foi com Alexandreque a equipa de futebol feminino da UC foi reativada, em 2018. Na segunda época foram campeãs nacionais e europeias. O técnico reuniu atletas de futebol e futsal, e contou com o conhecimento das atletas para formar a equipa. “O futebol feminino é muito pequeno em Portugal. Facilmente as atletas conhecem todas as colegas e adversárias na região. Conhecem as árbitras e treinadores todos. Foi fácil montar a equipa”, conta, revelando que as suas jogadoras são do Cadima, Clube de Albergaria e Condeixa. “A realidade dos outros países é completamente diferente da nossa, há mais apoios, mais equipas e atletas. Nós, em Portugal, somos uma pequena aldeia e conhecemo-nos todas”, brinca Jéssica.
As maiores dificuldades nesta conquista foram... as regras! “Não são iguais ao nosso futebol de sete em Portugal. Por exemplo, não há fora de jogo, a guarda-redes pode fazer reposição de bola com a mão. Faz com que seja futebol de sete com regras de futsal e de futebol. É complicado, mas elas têm uma compreensão fantástica”, revela Alexandre.
A contrapor à dificuldade, houve a boa disposição do grupo, que “animava a zona de competição”, a cantina e promovia interação “com todas as equipas”. “Éramos quase o bobo da corte”, conta a capitã.
“Para Coimbra, é fantástico. Em 2015, Portugal ganhou a prova europeia, pela Universidade do Porto, contando, por exemplo, com Rute Costa, a atual guarda-redes da Seleção e campeã nacional pelo Braga”, lembra o treinador, que recebeu a felicitação de Mónica Jorge, da FPF.
“Calhámos num grupo superdifícil, com a campeã e a vice-campeã europeia em título. Não havia espaço de manobra para perder”
Jéssica Pedreiras
Capitã da equipa da UC
“O futebol feminino é muito pequeno em Portugal. As atletas conhecem-se. Foi fácil montar a equipa”
Alexandre Pedro
Treinador da UC