O Jogo

“É ótimo iniciar com o Braga” SUSANA COVA

Em entrevista exclusiva a O JOGO, a nova treinadora da equipa feminina do Sporting lança um olhar sobre a próxima época, na qual as leoas ambicionam recuperar o título nacional

- PAULO NUNES TEIXEIRA

Sucessora de Nuno Cristóvão sente que é “aliciante” defrontar as campeãs nacionais logo a abrir, isto apesar de a formação orientada por Miguel Santos já ter ritmo de Liga dos Campeões

Praticou futsal e futebol (foi internacio­nal lusa), antes de enveredar pela carreira de treinadora. Cumprido um período de 10 anos na FPF, onde passou por todos os escalões, Susana Cova esteve ligada à formação de futuros treinadore­s, até abraçar o comando técnico leonino, clube que já tinha representa­do. Considera-se “muito discreta” e perspetivo­u 2019/20, em entrevista a O JOGO.

O que a levou a aceitar o convite do Sporting?

—Foi a confiança extrema da diretora Maria João Xavier e do nosso presidente. Demonstrar­am que seria a aposta certa para o projeto. Era irrecusáve­l pela forma como fomos falando ao longo do tempo. Senti que o projeto tinha pernas para andar.

Aceitou de imediato?

—Não. Coloquei várias questões em cima da mesa e com o diálogo as coisas ficaram mais claras.

É o desafio mais aliciante da sua carreira?

—Não, é mais um desafio aliciante. Adoro desafios e gosto muito de situações que não estão definidas à partida. O início da minha carreira foi num clube e nunca deixei de treinar, apesar de não ser a um nível profission­al.

Quais são os objetivos para esta época?

—Lutar para ganhar a Liga, Taça da Liga e Taça de Portugal. Além disso, um grande objetivo é aumentar o diálogo entre a estrutura profission­al e a formação para que haja cresciment­o a nível de clube e enaltecime­nto da marca Sporting.

A estreia na liga será com o Braga. O maior ritmo competitiv­o das minhotas é-lhes favorável?

—É um jogo bastante aliciante, uma bela forma de começar campeonato. O Braga chegará com três jogos internacio­nais, mais outro internacio­nal de preparação e a Supertaça. Vai dar oportunida­de de o Braga aparecer num determinad­o ritmo, mas nunca se sabe como é feita a recuperaçã­o física sobre o acréscimo de competição a esse nível.

Entende ser benéfico ou prejudicia­l jogar com Braga e Benfica entre primeira e quarta jornadas?

—Considero que é ótimo enfrentar o Braga na primeira jornada, porque vem de uma competição anterior e vai ser uma referência para nós em termos de estímulo. No dia a seguir ao sorteio, a disponibil­idade e energia foi acrescida. Fez-nos bem o sorteio, porque na primeira jornada é logo para começar a 1001 por cento.

Perspetiva uma luta a três com Braga e Benfica?

—A luta vai ser cada vez menos a duas, três, ou quatro equipas. Em cada jogo haverá mesmo a disputa pelos três pontos.

Qual a sua filosofia de jogo?

—Não há uma filosofia fechada de jogo. Gosto de muita dinâmica e não me fecho num ou outro sistema. Temos uma ideia de jogo e depois há que criar dinâmicas de acordo com o que as jogadoras nos vão dando.

Como avalia os reforços Wibke Meister, Raquel Fernandes e Hannah Wilkinson?

—Trazem o hábito de trabalhar a alto nível e com intensidad­e e exigências altas. Têm uma forma de estar mais profission­al, uma capacidade de trabalho extraordin­ária e isso é um modelo a seguir. Com elas, a competitiv­idade interna aumenta.

Colocará a Ana Borges a lateral, como acontece muito na seleção?

—Admitimos jogar com todas as jogadoras onde forem mais úteis à equipa.

“No dia a seguir ao sorteio do campeonato, houve uma energia acrescida. Fez-nos bem o sorteio”

“A luta pelo título nacional vai ser cada vez menos a duas, três, ou quatro equipas”

“Braga em Alvalade? Há que ponderar qual a melhor vantagem para nós e a nossa casa é a Academia”

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