“Há máquina de propaganda antiportista, mas também erros futebolísticos graves”
Francisco José Viegas Escritor e jornalista
Acho que seria bom o presidente do clube marcar uma posição muito séria em relação a esses episódios de intoxicação, mas é preciso não ter ilusões sobre a imparcialidade da Imprensa. A mensagem só passará quando chegarem os êxitos desportivos incontestáveis. Não gosto da ideia de “criar inimigos externos” que justifiquem erros próprios. Mesmo que esses inimigos externos existam, e existem, nomeadamente uma tendência benfiquista na generalidade dos comentadores. O FC Porto ficou fragilizado depois do arranque dos inquéritos judiciais, e isso nota-se na reação da Imprensa e em certa desmoralização dos adeptos. Não se compreende que o Benfica tenha sido poupado nos vários processos, mas trata-se de um longo caminho a percorrer e que irá recorrer a instâncias europeias. Há, de facto, uma máquina de propaganda antiportista. Muito real é esta conivência entre a máquina de propaganda benfiquista e parte substancial da Imprensa e da televisão, e até de instituições públicas do futebol e que chegam ao próprio Governo. E de forma descarada. Exagero é culpar essa benfiquização do país por erros futebolísticos graves e que merecem reflexão profunda. Silêncio, caldos de galinha e – finalmente – resposta taco a taco seria a postura nesta fase. Sei que não é fácil, porque qualquer declaração do clube é sempre sujeita a distorções, mas vale a pena tentar.