Bas Dost explicado com letras
A onda de notícias negativas à volta do holandês terá dado muito jeito ao clube para que a saída seja encarada sem dramas
Se fizermos um resumo das muitas notícias sobre Bas Dost publicadas nas últimas semanas, vamos descobrir uma surpreendente coerência no tom negativo de grande parte delas. Terá sido uma coincidência, muito provavelmente, mas isso não as anula como facto. Uma vezes era a seca de golos, porque afinal ele já não marcava sempre que esticava um músculo; noutras o alegado finca pé do holandês a ligas marginais quando se lançava a hipótese de transferência, compondo uma espécie de retrato de teimosia imperturbável à longa lista de emblemas que iam surgindo como supostos pretendentes. E, finalmente, o peso de Bas Dost no orçamento: mantê-lo custaria a um Sporting que apostou as fichas do fôlego financeiro em Bruno Fernandes os olhos da cara. No fundo, o único problema parece ser mesmo este, e ao clube (embora isto pareça uma teoria da conspiração que exigiria uma inteligência superlativa digna de Maquiavel na estratégia comunicativa, o que é bastante duvidoso...) terá dado muito jeito a tal acumulação negativa de pequenos nadas, que foram formatando as informações à volta de Bas Dost, para que a saída seja agora encarada com naturalidade pelos adeptos. Até com alívio, por parte de alguns. Uma patetice, se assim for, com custos desportivos difíceis de calcular, na certeza de que Marcel Keizer andou a trabalhar para o boneco na pré-temporada. A menos que da cartola de Frederico Varandas salte uma solução poupadinha de última hora que também garanta à volta de 30 golos por temporada (ou 23, em anos de crise, como foi apelidado o último de Bas Dost em Alvalade...), o confronto com a realidade para adeptos sportinguistas arrisca-se a ser doloroso. Só fazem falta os que cá estão, diz-se muitas vezes, mas também só deixam saudades os que já se foram. E antes que vá, fica a certeza óbvia: Bas Dost foi um extraordinário goleador e Portugal vai sentir a falta dele. À exceção de portistas, benfiquistas ou bracarenses, claro.
Terá dado muito jeito aquela acumulação negativa de pequenos nadas sobre Bas Dost para que a saída seja agora encarada com naturalidade. Alívio, até