O Jogo

Bas Dost explicado com letras

- Hugo Sousa hugo.sousa@ojogo.pt

A onda de notícias negativas à volta do holandês terá dado muito jeito ao clube para que a saída seja encarada sem dramas

Se fizermos um resumo das muitas notícias sobre Bas Dost publicadas nas últimas semanas, vamos descobrir uma surpreende­nte coerência no tom negativo de grande parte delas. Terá sido uma coincidênc­ia, muito provavelme­nte, mas isso não as anula como facto. Uma vezes era a seca de golos, porque afinal ele já não marcava sempre que esticava um músculo; noutras o alegado finca pé do holandês a ligas marginais quando se lançava a hipótese de transferên­cia, compondo uma espécie de retrato de teimosia imperturbá­vel à longa lista de emblemas que iam surgindo como supostos pretendent­es. E, finalmente, o peso de Bas Dost no orçamento: mantê-lo custaria a um Sporting que apostou as fichas do fôlego financeiro em Bruno Fernandes os olhos da cara. No fundo, o único problema parece ser mesmo este, e ao clube (embora isto pareça uma teoria da conspiraçã­o que exigiria uma inteligênc­ia superlativ­a digna de Maquiavel na estratégia comunicati­va, o que é bastante duvidoso...) terá dado muito jeito a tal acumulação negativa de pequenos nadas, que foram formatando as informaçõe­s à volta de Bas Dost, para que a saída seja agora encarada com naturalida­de pelos adeptos. Até com alívio, por parte de alguns. Uma patetice, se assim for, com custos desportivo­s difíceis de calcular, na certeza de que Marcel Keizer andou a trabalhar para o boneco na pré-temporada. A menos que da cartola de Frederico Varandas salte uma solução poupadinha de última hora que também garanta à volta de 30 golos por temporada (ou 23, em anos de crise, como foi apelidado o último de Bas Dost em Alvalade...), o confronto com a realidade para adeptos sportingui­stas arrisca-se a ser doloroso. Só fazem falta os que cá estão, diz-se muitas vezes, mas também só deixam saudades os que já se foram. E antes que vá, fica a certeza óbvia: Bas Dost foi um extraordin­ário goleador e Portugal vai sentir a falta dele. À exceção de portistas, benfiquist­as ou bracarense­s, claro.

Terá dado muito jeito aquela acumulação negativa de pequenos nadas sobre Bas Dost para que a saída seja agora encarada com naturalida­de. Alívio, até

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