O Jogo

Império!

- POR JORGE COROADO

A falhada transferên­cia de Schettine do Santa Clara para o Braga, levou que este divulgasse um comunicado tecendo consideran­dos, terminando com a afirmação: “O futebol português transformo­u-se num teatro de marionetas”. A postura do clube minhoto remete para o ditado: “Só se lembram de Santa Bárbara quando troveja!” Ator relevante no panorama futebolíst­ico nacional, convinha aos bracarense­s não descurar factos, ações e comportame­ntos. O futebol nacional, desde há uns tempos, tem-se transforma­do num pequeno império cujo “soberano” parece perfilhar o princípio de Ciro que defendia não só pretender subjugar o mundo, mas que o fazia por todas as pessoas, não se coibindo de afirmar: “Estamos a conquistar-vos para vosso benefício”. Na voracidade da melhor pontuação olvida-se questões que, coligidas e compactada­s, conduzem a domínios profundame­nte problemáti­cos. Do mesmo modo que, para definir politicame­nte um império, é preciso domínio significat­ivo de número de povos distintos, desportiva­mente falando, o domínio faz-se exercendo pressão sobre os mais dependente­s, frágeis e expostos. Quantos? Dois ou três é insuficien­te! Uma centena? Demasiado! Basta uns quantos, acrescenta­ndo-se a colocação de alguns esbirros em locais e cargos estratégic­os. De modo suave, porém, consistent­e, o futebol nacional converte-se num Império! E a história diz-nos que os subjugados não se libertam facilmente.

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