Inversão de favoritismo está longe da realidade
Reli muita da imprensa que ao longo da semana se debruçou e escreveu sobre as equipas do Sporting CP e do SC Braga e fiquei com a sensação de que houve uma estranha inversão do favoritismo: quase todos dão o Braga como favorito para o jogo de hoje. Percebe-se que a entrada forte do Braga na época oficial 2019/20, com três vitórias e dez golos marcados, bem como a entrada menos boa dos leões, marcada negativamente pela goleada contra o eterno rival Benfica, podem dar a sensação da tal inversão do favoritismo. Mas nada mais afastado da realidade. Aliás, a situação de hoje lembra-me a que sucedeu na época passada e temos de saber tirar lições do passado: corria a jornada 22 da época transata e o Braga iria deslocar-se a Alvalade com um confortável terceiro lugar, a apenas dois pontos do então líder FC Porto, um ponto do SL Benfica e tinha o Sporting a sete pontos de distância, no quarto lugar. A imprensa, durante a semana, “falou” de que o candidato ao título seria, afinal, o Braga e não o Sporting, fazendo, também, uma inversão do tradicional favoritismo, face à situação pontual das equipas. O Braga de Abel Ferreira mostrava, até então, um bom futebol e o Sporting amealhava pontos aos tropeções e de forma irregular. Pois bem: o Sporting venceu categoricamente o jogo, o Braga fez talvez a pior exibição
da época e, a partir desse jogo, os leões foram crescendo de forma e de motivação e acabaram por ultrapassar os minhotos na classificação final da liga. Por isso, para hoje espero que o Braga, jogadores, técnicos e adeptos tenham a noção da realidade e não se deixem contagiar por esta aparente inversão do favoritismo. Aliás, tenho escrito que o que mais me tem agradado neste SC Braga de Sá Pinto, neste início de época, é o aspeto mental e motivacional dos jogadores. Os jogos com o Brondby e o Moreirense mostraram, acima de tudo, uma equipa muito focada nas suas tarefas (coletivas e individuais) e sempre motivada na procura da bola e na pressão sobre o adversário. As imprecisões táticas e o cansaço precoce, típico dos inícios de época, têm sido bem compensados pela motivação e pela disponibilidade e força mental dos jogadores. Estar mentalmente forte significa ter os “pés bem assentes no chão” o que, para o jogo de hoje, significa: manter a pressão e a entrega ao jogo e deixar que os golos a nosso favor aconteçam. Nada se irá decidir no jogo de hoje, a não ser, talvez, uma espécie de tirateimas: será que Sá Pinto terá de carregar a cruz que Abel carregou sempre, de que falha contra os ditos grandes? A ver vamos...
A situação de hoje lembra-me a que sucedeu na época passada, corria a jornada 22, e temos de saber tirar lições do passado