O Jogo

Quatro ases e muitos trunfos

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Manuel Queiroz Tenho dúvidas que Fernando Santos repita os quatro ases de início na Ucrânia

Dos últimos cinco jogos (e cinco vitórias) da Seleção, em três Fernando Santos alinhou os quatro ases de início. Desde esse primeiro encontro no Dragão, a 5 de junho, meia-final da Liga das Nações, João Félix e Bruno Fernandes juntaram-se aos outros dois, Ronaldo e Bernardo Silva, formando um quarteto atacante que pede meças aos melhores dos melhores. Ontem, em Alvalade, a coisa foi fácil (3-0), mas entra pelos olhos dentro que ainda há muito, muito a fazer para tirar todo o partido desta linha avançada, para dizê-lo à antiga. Num clube seria, com certeza, bem mais fácil integrar estes jogadores para que se sentissem à vontade uns com os outros. E tenho dúvidas que Fernando Santos repita os quatro ases de início na Ucrânia, já que o selecionad­or tem aproveitad­o (depois do debute falhado com a Suíça, na meia-final da Liga das Nações) os jogos mais fáceis para lhes dar minutos juntos. Por isso, deste grupo de jogos, na Sérvia só jogaram três (Gonçalo Guedes em vez de Félix). Ontem, funcionou bem a pressão alta, mas em Kiev é outra coisa e joga-se o primeiro lugar do grupo, que é importante para o prestígio de um campeão europeu como é ainda Portugal. Para já, Bruno Fernandes chegou à sua 16.ª internacio­nalização (e só um golo, marcado num particular com a Argélia, há quase ano e meio), num percurso que só agora dá para o estabelece­r como um titular da equipa. No plano de carreira de um jogador, a Seleção Nacional é um momento muito importante e Bruno Fernandes tem melhorado. João Félix está naturalmen­te mais atrasado (vai em 4/0) e não está sequer num grande momento. Mas o talento é enorme e Fernando Santos sabe que ele precisa de tempo… dentro do campo. Porque estes quatro podem dar… outro título europeu! Mas este não é o melhor Félix que se conhece. De resto, os quatro ases têm cada um o seu tipo de treinador e isso também não ajuda a chegar a um produto acabado coletivo e eficaz. Mas, a espaços, percebe-se que o potencial é de campeão. CR7 chegou aos 699 golos e esteve perto do 700.º, adiado talvez para depois de amanhã. A qualificaç­ão pode ficar selada frente à Ucrânia, mas há muito mais em jogo, mesmo a curto prazo, porque é preciso dar aos quatro ases todas as ferramenta­s para chegarem ao topo. Porque há os ases e também muitos trunfos.

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