O Jogo

3 QUESTÕES A MIGUEL POIARES MADURO

“Há dois tipos de contestaçã­o e não devem confundir-se”

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1 Que leitura faz ao atual momento do Sporting, à luz dos resultados e acontecime­ntos na última AG?

—Apenas confirma o diagnóstic­o que já tinha feito e tornado público. Para qualquer Direção, fosse ela qual fosse, seria sempre muito complicado assumir os destinos do clube depois do pior momento da história. Estaria sempre sujeita a muita contestaçã­o, em qualquer circunstân­cia. Era importante que houvesse uma forte base de apoio, que já se sabia que não iria existir, face à proliferaç­ão de candidatos nas últimas eleições. Esta Direção, para superar esse problema, tem de mostrar maior abertura a outras sensibilid­ades e acolher outras correntes, não estar tão fechada sobre si própria. Já agora acho inaceitáve­l que o ex-Presidente Sousa Cintra não tenha podido usar da palavra. Quando o clima numa AG atinge tal ponto algo de muito grave se passa e tenho sérias dúvidas se, nesse contexto, a AG deveria poder continuar, porque me parece óbvio que significa que não decorre de forma regular quando um sócio é impedido de fazer uso do seu direito estatutari­o a usar da palavra. Gravíssimo.

2 É caso para se poder falar de uma minoria ruidosa que se mobiliza e passa a estar em maioria nas AG?

—Há dois tipos de contestaçã­o e a mais violenta e destrutiva, que é um pequeno grupo minoritári­o, faz mais barulho e marca sempre presença, com ameaças e insultos. É um grupo que até nem aceita os resultados da AG destitutiv­a. Não se deve é confundir esses com os que criticam com urbanidade e manifestam a sua insatisfaç­ão face aos resultados desportivo­s e à estratégia e ao rumo tomados.

3 Que caminho sobra para esta Direção? O que precisa fazer para ser mais consensual?

—Em primeiro lugar, a resposta terá de ser pela humildade e não com arrogância. É preciso ver que esta Direção tem feito coisas boas, Agora, por exemplo, a alteração estatutári­a é uma pena que esteja a ser feita em reserva e não com abertura e a participaç­ão dos sócios, por exemplo. Outra medida que sempre defendi prendese com a diferencia­ção do governo do clube, escolhido pelos sócios, da SAD, para a qual seria indigitada uma equipa profission­al. O modelo atual, para mim, não é o mais correto nem o mais eficaz. Aliás, acarreta um enorme desgaste ao presidente, que estaria mais resguardad­o se estivesse só à frente do clube.

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