O Jogo

POHA APRENDEU A SER VULCÃO SEM AMARELOS

Médio francês, o reforço mais utilizado por Ivo Vieira, fervia em pouca água. Passagem pela Ligue 2 deu-lhe experiênci­a

- PEDRO ROCHA

Durante o seu primeiro empréstimo, ao US Orléans, tanto encantava em campo como passava das marcas. Nem os árbitros escapavam à fúria de Poha, moldado, aos poucos, por Ollé-Nicolle

O dinamismo de Denis Poha é um dos segredos do novo V. Guimarães. De bola no pé, só tem olhos para os companheir­os da frente e para a baliza do adversário; sem ela, vai a todas, disputando cada lance como se fosse o último e comum a discrição assinaláve­l, evitando a amostragem de cartões. Nem sempre foi assim. Há duas épocas, quando representa­va o US Orléans (por empréstimo do Rennes), da Ligue 2 de França, viu 12 amarelos e só não foi mais vezes penalizado porque o seu treinador resolveu dominar o espírito “altamente competitiv­o” que o levava a extravasar .“Era jovem e só pensava em ganhar. Enervava-se facilmente com os jogadores e os árbitros. Fizemos com que encarasse cada partida com mais calma”, contou a O JOGO Didier Ollé-Nicolle, que continua ao comando do clube de Orleães.

Sem espaço no Rennes, o internacio­nal francês sub-20 chegou a Guimarães neste verão num quadro de empréstimo, com opção de compra de 80 por cento do passe (valor não revelado), sendo nesta altura o reforço com mais tem pode utilização (700 minutos ). Uma conquista que não surpreende Ollé-Nicolle. “É o tipo de jogador que agrada a qualquer treinador: trata-se de um box-to-box de grande capacidade física, capaz de jogar ao mais alto nível até ao fim de uma partida, sem quebras. É top na recuperaçã­o de bolas e tem grande qualidade no passe. Quando trabalhou comigo, chegava a complicar o que era fácil, mas depois melhorou muito. Jogava sempre e, naturalmen­te, ganhou experiênci­a, porque a Ligue 2 é muito competitiv­a. Penso que será mesmo a mais competitiv­a da Europa entre as ligas secundária­s”, sustentou.

Dono de “técnica apurada”, o jogador de 22 anos terá ainda a oportunida­de de brindar os adeptos vitorianos com golos. “Vai fazê-lo por certo. É muito forte na meia distância”, garantiu o treinador gaulês.

“Só pensava em ganhar e enervava-se. Fizemos com que encarasse cada partida de uma forma mais calma” “É o tipo de jogador que agrada a qualquer treinador: trata-se de um box-to-box de grande capacidade física”

Didier Ollé-Nicolle

Técnico do US Orléans

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