Formação superou barreira Jorge Jesus
Domingos Soares Oliveira assume que, ao contrário do presente, houve obstáculos aos jovens. Já Bruno Lage elogia a aposta de Rui Vitória
O treinador dos encarnados apontou o sucesso da “geração de 1994” como exemplo do trabalho no Seixal. O CEO da SAD realça “uma situação económica completamente diferente da dos rivais”
O administrador Domingos Soares Oliveira e o técnico Bruno Lage reuniram-se ontem com os quadros da formação do Benfica, tendo ambos concordado que a projeção de jovens talentos das águias só arrancou efetivamente com Rui Vitória. O dirigente falou mesmo de “barreira” quando olhou para técnicos que antecederam este último, ou seja, até Jorge Jesus.
“Tivemos treinadores nesta casa que erguiam barreiras entre o futebol de formação e o futebol profissional. Hoje não temos essas barreiras e há uma coerência, quer a nível dos métodos de trabalho quer nas trocas de jogadores e técnicos entre vários escalões”, salientou Domingos Soares Oliveira. Uma opinião complementada por Bruno Lage, que deu méritos ao antecessor. “Em determinada altura, o projeto devencercampeonatosnacionais estava consolidado, tanto nos seniores como na formação e o passo seguinte foi a integração de jovens no plantel principal. Nesta última fase, a passagem nem sempre teve uma afirmação sólida, mas fez receita que era fundamental para continuar a dar condições de estrutura e de capacidade de treino. Com a entrada de Rui Vitória, houve aposta efetiva no nosso trabalho de formação”, enalteceu o atual treinador das águias.
Ainda segundo Lage, “em 2004 o Benfica dominava pouco” e “em termos de projeto e de formação as coisas não existiam”, destacando a evolução pós-Seixal: “A geração de 1994 venceu Escolas, Infantis, Iniciados, Juvenis, Juniores e muitos integraram os bês com resultados fantásticos e enorme sucesso. Três desses jogadores estão agora noManchesterCity[Ederson, Cancelo e Bernardo Silva].”
Quanto a Soares Oliveira, elogiou a estrutura com uma farpa aos rivais: “Ao contrário da esmagadora maioria dos outros clubes, vemos os nossos diamantes, que apanhámos em bruto, jogar na nossa principal equipa.” “Conseguimos gerar centenas de milhões de euros com jogadores formados e, graças a isso, temos uma situação económica completamentediferentedos nossos rivais. Podemos olhar para o futuro com grande tranquilidade e segurança económica. Gerámos mais receitas do que recebemos prémios da UEFA no mesmo período”, apontou.