Como se falha um Mundial
Outro 11 de setembro para a história, no caso, do ano de 1988. Esta história já foi contada várias vezes, mas Baía entende por bem relembrá-la. “A minha estreia, com 18 anos, é inesquecível, mas não vou dizer que me estreei porque era o melhor. Acontece que ninguém conseguiu encontrar o Zé Beto, que estava a contas com um processo disciplinar, não havia telemóveis. O Joseph (Mlynarczyk) lesionouse e fui eu para a baliza porque não havia mais ninguém”.
Quinito era o líder, mas quem mais marcou o guardaredes foi outro treinador... “Passados três meses dessa estreia, o Artur Jorge regressou ao FC Porto. Passado um mês, eu estava a jogar a titular”... Vítor Baia reconhece os méritos do treinador campeão europeu... “Marcou-me muito e marcou toda a minha carreira. Foi preciso muita coragem para apostar em mim, tinha 19 anos então eà minha frente tinha um guarda-redes de grande qualidade, infelizmente já desaparecido, o Zé Beto.” Esta promoção tão inesperada do guardião teve um senão. Falhou a ida ao campeonato do mundo de Riade, sub-20, que Portugal viria a conquistar com total brilhantismo. “Não foi por minha vontade que falhei, simplesmente não tive hipóteses de escolha. O clube, que era a minha entidade patronal, entendeu que precisava de mim, que ia ser o titular absoluto, e eu não pude fazer nada.”
O guarda-redes confessa que a ausência no campeonato do mundo foi difícil de superar... “Muito difícil mesmo! Estavam lá todos os meus amigos, todo os meus companheiros de seleção, e tínhamos fortes esperanças de conquistar esse campeonato. Felizmente conseguimos, ma seu não estive lá. E esse facto provocou-me uma grande tristeza só superada por perceber que estava a nascer uma grande carreira no FC Porto”, como viria a confirmar-se.