“Cada treino com Klopp é uma ‘masterclass’”
Tem autonomia total para criar no processo individual, mas procura que tudo vá ao encontro do modelo do treinador principal, “um inspirador” e com quem aprende todos os dias. Até a jogar padel
Está encantado com Anfield e e um ambiente “capaz de fazer a equipa sentir força em todos os momentos”, mas é em Melwood [centro de treinos] que trabalha todos os dias. Uma espécie de doutoramento em futebol.
O que faz do Liverpool um clube tão especial?
— Adoro clubes com presença e identidade fortes. O FC Porto é esse ti pode clube, o Liverpool também.Éotip ode clube que se sente na rua, nas pessoas, no táxi... Ao mesmo tempo, é um clube caloroso, com ambiente familiar, em que toda a gente dá 200% para que os jogadores se possam superar todos os dias. Quando cheguei, todos se preocuparam com quem e sentisse em casa.
E depois há Anfield...
— É fantástico. Já conhecia. A ligação entre adeptos, treinador e jogadores é tremenda e uma coisa que tem muita força, capaz de a equipa sentir em qualquer momento do jogo.
Como é a relação com Jurgen Klopp. O treinador é tão louco como parece?
—É uma pessoa fantástica, um ser humano incrível. O carácterdele está em todas as pequenas coisas, seja no treino, no jogo, na palestra ou numa conversa. Tem o dom de chegar ao coração de cada um e exigir o máximo. É quase como se eu, em cada sessão de treino, tivesse uma ‘masterclass’ [aula dada por um especialista com saber notório]. A consistência e a fluidez da ideia de jogo que ele tem, a forma como procura ser competente a defender, a transitar, a procurar a verticalidade ou os espaços, a variabilidade em termos de finalização, este gosto por atacar, voltar a atacar e voltar a atacar... Isso dá muito trabalho e ele conseguiu construir. Recebeu-me de braços superabertos e com uma alegria enorme.
O processo de trabalho e o método que utiliza são exclusivamente seus ou obedecem a critérios de Jurgen Klopp?
— Tudo terá de fazer parte do que é a ideia do treinador principal. Só faz sentido estar se eu entender a sua ideia de jogo, a sua forma de jogar e treinar. Mas ele colocou-me extremamente à vontade desde o primeiro momento para criar, procurar as melhores soluções para trabalhar o grupo de jogadores com mais talento.
E as estrelas do Liverpool, como são?
— Muito acessíveis. O grupo é fantástico, nunca se queixa, não tem momentos de desconcentração. É um grupo que pela relação deles e pelo coletivo construído e identidade, é forte pelo coletivo, respeitando a individualidade de cada um. Mentalidade tremenda.
Imagino que tenha a ambição de trabalhar como técnico principal na elite... Orientou a carreira nesse sentido?
— Neste momento a minha preocupação é o Liverpool e a forma como posso ajudar nas funções que desempenho. Estou muito motivado e contente. Mas nunca sabemos o que vem a seguir. Se irá acontecer? Acredito que sim. Não sei quando será, mas não é isso que me preocupa. O que me alimenta todos os dias é acordar, ir para o centro de treinos do Liverpool e trabalhar com tantas pessoas incríveis.
Onde se imagina daqui a dez anos?
— Onde me sinta bem e onde as pessoas me queiram. Se tiver de ser no Liverpool, perfeito; se for noutro sítio, perfeito também. Quero é que as coisas façam sentido para mim, para a minha família e para o clube.
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A boa ligação entre as estrelas é o segredo do Liverpool. “É forte pelo coletivo, respeitando a individualidade de cada um. O grupo tem uma mentalidade tremenda”, explica