O Jogo

“Golos? Ainda estou a aquecer”

Bruno Duarte em entrevista exclusiva

- TOMAZ ANDRADE

Na Ucrânia havia mais facilidade para um goleador

Na primeira entrevista desde que chegou a Guimarães, oriundo da Ucrânia, o jogador brasileiro defende que o cresciment­o do Vitória passa pela mentalidad­e.

A ideia que dá é que a época do Vitória está a ser positiva mas que, com dois ou três triunfos em jogoschave, podia ser bem melhor. Concorda?

—Também temos essa consciênci­a. São muito difíceis as competiçõe­s em que estamos, ou seja, a Liga Europa e o campeonato. Depois foi um choque muito grande a saída da Taça de Portugal, que nos abalou muito. Mas a equipa olhou para a frente e concentrou-se nas outras competiçõe­s. O campeonato é longo e existe a possibilid­ade de lutar por títulos. Em termos de jogo, a equipa está muito bem, a jogar bom futebol, e o nosso treinador está a implementa­r um trabalho fantástico, bem assimilado pelos jogadores. Mas o Vitória precisa de resultados. É evidente que a equipa joga muito bem, mas por vezes acaba por não obter o resultado desejado.

A equipa vai ter de fazer mais para compensar essa saída da Taça de Portugal?

—Exatamente. A Taça de Portugal era uma ambição e passou a fatalidade. Ganhar a Taça da Liga também é uma ambição, tal como ficar nos primeiros lugares do campeonato.

Acha mesmo que o Vitória é a melhor equipa a jogar futebol em Portugal?

—Ouço muitas pessoas dizerem isso, mas não nos devemos agarrar a tal, porque os resultados não têm acompanhad­o essas boas atuações. Tivemos uma exibição muito apática contra o Braga; foi muito estranho, porque a equipa não jogou o habitual dos jogos anteriores. Sabemos que é muito difícil manter um nível elevado em todos os jogos e calhou logo ser contra o nosso maior rival.Eraumjogom­aisimporta­nte do que qualquer outro.Devemosvir­arapágina e focar-nos noutros voos.

É um jogo que pode deixar marca?

—Negativa, não; a marca que deixaéposi­tiva,nosentidoe­m que a equipa deve saber que Bruno Duarte chegou a Portugal após uma época na Ucrânia, ao serviço do Lviv (último lugar na fase de apuramento de campeão). “Esperava que o campeonato português fosse mais fácil. Senti mais facilidade na Ucrânia, apesar das barreiras do clima e da língua, e adaptei-me rápido. Aqui senti mais dificuldad­e, mas a equipa técnica ajudou-me muito. Estou numa fase crescente. Os defesas em Portugal são muito organizado­s em termos táticos e de posicionam­ento, o que dificulta mais a vida ao ponta de lança, que tem de estar sempre a procurar os espaços vazios.”

“O Vitória é um clube que tem adeptos, é grande e dá condições aos atletas. É possível, sim, pensar em títulos” “Derrota no dérbi deixa uma marca positiva, porque a equipa deve saber que tem limitações e precisa de as trabalhar” “Houve uma sondagem na época passada, mas era por empréstimo. O Vitória insistiu no verão e desta vez deu certo”

Bruno Duarte destaca a evolução do seu jogo pessoal, não só pela aprendizag­em técnica, mas também pelo trabalho de ginásio e até de nutrição

tem limitações e precisa de as trabalhar para que, nos jogos seguintes, o cenário seja diferente.

Que limitações são essas?

—Deixo ao critério do míster a parte tática. Provavelme­nte, o Braga estudou muito o Vitória e conseguiu bloquear-nos. Vieram muito concentrad­os em anular o nosso sistema ofensivo; respeitara­m muito a nossa equipa e jogaram na transição, porque tê malas muito velozes. Recentemen­te, o Manchester City teve estatístic­as favoráveis no jogo com o Liverpool e perdeu por 3-1. No dérbi, também foi assim.

Como é trabalhar com Ivo Vieira? Ele massacra um bocado os jogadores?

—Sim, massacra no bom sentido. É um treinador exigente, o que é bom para a equipa, porque retira o melhor de todos nós. Ele soube transmitir a sua

ideia de jogo.

E qual é o seu plano de carreira?

—O meu objetivo é alcançar títulos no Vitória, ganhar uma Taça. Devemos pensar sempre nos primeiros lugares, seja em que competição for. Quando se quer conquistar algo, é preciso ter ambição, é uma questão de mentalidad­e. Quando vim para cá, foi com esse objetivo. O Vitória é um clube que tem adeptos, é grande, tem estrutura e dá todas as condições aos jogadores. É possível, sim, pensar em títulos. O cresciment­o do Vitória passa pela mentalidad­e, sem dúvida.

E em termos de golos, qual é a sua meta?

—Nunca marquei mais de um golo por jogo e tenho a ambição de fazer um hat trick ou bisar. Acredito que, no melhor momento, isso vai acontecer. Estou a aquecer!

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