SAD precisa de 65 M€ até ao fim de janeiro
Varandas rebate contestação: “Não ligo ao barulho”
Final do período de transferências no início do ano pode ser vital para Frederico Varandas solucionar parte dos problemas financeiros em Alvalade: baixar a massa salarial é também decisivo
É uma necessidade que a SAD tem nos próximos meses, concretamente até ao final de janeiro, início de fevereiro. Sabe O JOGO que a sociedade que gere o futebol profissional do emblema de Alvalade precisa de encaixar cerca de 65 milhões de euros para fazer face a compromissos com fornecedores, entre clubes, empresários e outros fornecedores correntes, boa parte deles, em bom rigor, resultam de uma herança que o elenco liderado por Frederico Varandas, coadjuvado pelo administrador nanceiro Francisco Salgado Zenha, tem de gerir por força, fundamentalmente, da ação dos últimos anos de Bruno de Carvalho na presidência do clube e SAD.
Claro que entre estes compromissos figuram dívidas que têm de ser saldadas progressivamente como as transferências de Rosier para Alvalade ou Luciano Vietto, como pagamentos à empresas de intermediação, entre elas a Proeleven ou a Stellar, assim como a outros fornecedores. Um olhar para o último relatório e contas da SAD, referente ao exercício findo em junho último dá uma ideia das verbas em causa nessa altura, por exemplo 22,3 M€ a clubes, 15 M€ a empresários por negócios realizados e 10,6 M€ referentes a outros fornecedores correntes, totalizando cerca de 47,9 M€, isto sem esmercado quecer que fora destas contas esta vamos 18,9 M€ a outros credores, relacionados com custos, por exemplo, com o estádio ou prémios de assinatura. Porém, nos meses que se seguiram, num processo que se mantém naturalmente até janeiro, as obrigações perante os fornecedores têm aumentado, por exemplo coma entrada de atletas como Jesé, ou custos intermediação desta e outras operações como as de Fernando ou Bolasie, entre outras rubricas já mencionadas.
Certo é que em Alvalade, depois de ter sido considerada apenas a venda de atletas até um valor de 15 M€ na reabertura do mercado de transferências de janeiro, como O JOGO oportunamente deu conta, a verdade é que entre saídas de ativos, aliados aos respetivos cortes da massa salarial, a SAD tem de manter a política de substancial redução de custos, olhando para nomes como os de Coates, Acuña, Wendel ou Bruno Fernandes enquanto ativos capitalizadores de receitas (ver peças à parte). O caminho das receitas extraordinárias com a venda de jogadores, procurando no substitutos para as posições carenciadas a baixo custo é aquele que nos dias de hoje apresenta-se como o mais provável para o emblema verde e branco.
Mais distante está, diga-se, a possibilidade de uma nova cedênciade créditos decorrentes do contrato de cessão de direitos de transmissão televisiva e multimédia, de exploração da publicidade estática e virtual do Estádio José Alvalade, de distribuição do canal Sporting TV e direitos de patrocinador principal, o qual foi celebrado em dezembro de 2015. É que daí para cá, logo após setembro de 2018, o Sporting já tinha descontado 205,4 M€ dos 515 M€ do acordo válido para 12 anos –, tendo em março de 2019 descontado mais 74 M€ referentes a épocas futuras com afetação até 2022. Ora, caso os leões entrem por esta via, conhecida como factoring, vão afetar substancialmente as receitas televisivas já exíguas referentes à temporada 2022/23, sendo que o contrato está em vigor até 2028. Seja como for, é um caminho que não está de todo descartado.