O Jogo

QUARESMA E UM BENFICA QUE “TREMIA” NO TÚNEL

Jogar e, sobretudo, marcar na Luz tem um sabor especial para o “Harry Potter”, que se lembra de ver jogadores do Benfica com um “nervoso miudinho indisfarçá­vel” antes dos clássicos

- ANTÓNIO M. SOARES CARLOS GOUVEIA

Não foram só os jogos com os encarnados que recorda como batalhas: defrontar o Braga, já nessa altura, era uma “guerra” para o FC Porto. Os minhotos, considera, “abrem-se mais contra o Benfica”

Quaresma passou em revista os momentos mais marcantes da carreira, numa longa entrevista ao Porto Canal, onde destacou os clássicos com o Benfica como alguns dos jogos mais especiais, numa fase em que o FC Porto (2004/05 a 2007/08) dominou o futebol português. “Quando jogava contra o Benfica ou o Sporting, nunca sentia o FC Porto a tremer, sentíamos que eles tinham medo de nós e que tínhamos o jogo ganho. Consegues sentir quem está com mais confiança. Ficava a olhar para os jogadores do Benfica no túnelesent­iaqueelese­stavam com receio, sabiam que não lhes íamos facilitar a vida”, atirou. “Sempre que ia à Luz ouvia ‘n’ coisas, cigano disto, cigano daquilo... Numa jogada fui bater uma falta, escorregue­i, riram-se e bateram palmas. Só que a seguir tiveram o azar da bola cair nos meus pés e de fazergolo”,recordou,semesconde­r que marcar na Luz “tem um gozo especial, um sabor mais doce”, considerou.

Os clássicos com os encarnados “são sempre grandes jogos” e Quaresma diz que “essa rivalidade é bonita e saudável”. A vontade de ganhar é que é inigualáve­l “Estás a semana toda a ouvir falar do jogo e quando entras já entras com aquela vontade de querer resolver o jogo. Com o Benfica, no túnel, sentíamos que íamos ganhar, porque tinham medo de nós, apesar de também terem grandes jogadores. Tremiam porque sabiam que não tinham hipóteses”, recordou.

Além dos clássicos, há outro duelo que Quaresma destaca. “O Braga contra nós era sempre uma guerra, contra o Benfica abria-se mais. Não foi fácil ir lá ganhar [época 07/08], mas ninguém pensava que ia ser um campeonato fácil. Sabíamos que continuáva­mos a ter uma grande equipa, mas que tínhamos de dar sempre mais para ganhar, porque o FC Porto é sempre assim, é ganhar contra tudo e todos”, apontou.

Na primeira passagem pelo FCPorto,o“HarryPotte­r”contou que rapidament­e se apaixonou pelo clube e encarnou o espírito do dragão. “Para jogar no FC Porto tens de ter personalid­ade e saber onde estás. Tens de estar preparado para a pressão do dia a dia. E não apenas no fim de semana. Esse é a diferença para os outros clubes. Tens de saber onde é que estás e o que vestes”, sublinhou . De Alvalade lembra-se de um título (05/06) conquistad­o com um golo de Jorginho: “Ir à casa onde me viram crescer e ganhar não deve ter sido fácil para os sportingui­stas”, admitiu.

“Marcar na Luz tem gozo especial, um sabor mais doce”

Quaresma

Jogador do Kasimpasa

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Quaresma contra... Maxi, num clássico na Luz

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