O Jogo

“Prazer de ir ao Dragão não tem preço”

PRAZER A cumprir-se um ano desde que iniciou a “segunda vida” no FC Porto, Pepe dá a primeira grande entrevista. Uma conversa longa em que garante nunca se ter arrependid­o

- CARLOS GOUVEIA

“Conceição pode recriminar, mas é aberto e sabe ouvir-nos” “Diogo Leite é o melhor central em Portugal” “Temos de deixar os árbitros em paz”

“O prazer de ir ao Olival ou ao Dragão é algo que não se compra”

“Estamos nas três provas nacionais e na Liga Europa, ou seja, dentro do que este clube exige”

“Se não acreditarm­os que vamos ser campeões, não adianta acordar às sete da manhã para vir treinar”

“Ficámos unidos depois da eliminação da Champions em casa”

O central faz um balanço positivo da primeira metade da época e sublinha a forma como a equipa soube reagir ao falhanço na Champions. O plantel partilha a convicção do treinador na conquista do título

Pepe chegou uma hora depois do horário acordado para a entrevista porque fica sempre a trabalhar um pouco mais e esse – juntamente com noites bem dormidas – é um dos segredos para a boa forma que revela aos 36 anos. O atraso não condiciono­u o central, queabordou­todososass­untos propostos por O JOGO. Foram mais de 40 minutos de conversa animada.

Está quase a fazer um ano que o Pepe regressou ao FC Porto. Porque o fez?

—Primeiro porque tive três anos, na primeira passagem, que foram espetacula­res. Poderia ter ido para outro clube da Europa, mas regressei porque queria voltar a sentir o carinho de estar no clube de que gosto, queria dar o conhecimen­to e experiênci­a que adquiri, no Real Madrid e na Seleção, aos jovens. Senti-me feliz porque o FC Porto desde o primeiro momento demonstrou interesse em mim. Pensei: ‘Posso ficar mais dois anos no estrangeir­o ou regressar a casa...’ Ponderei com a minha família e decidi voltar.

Encontrou um clube muito diferente, quase 12 anos depois?

—Nãomuito.Aspessoase­stão mais velhas [risos], mas a essência, o querer, continua a estar aqui. O presidente está cá há muitos anos e este clube respeita muito as pessoas que lá trabalham. Sentimo-nos acarinhado­s e é um prazer ir ao Olival ou ao Dragão. Este prazer é algo que não se compra e continua a existir.

Está praticamen­te concluída a primeira metade da época: que balanço faz?

—Bastante positivo, estamos a lutar pelas três provas nacionais, que são o principal objetivo. Estamos na Liga Europa, onde queremos chegar o mais longe possível. Estamos focados e unidos num trabalho coletivo para conseguir esses objetivos.

O FC Porto está habituado à Liga dos Campeões. Nesse sentido, a eliminatór­ia com o Krasnodar foi a maior deceção?

—Frustração é uma palavra forte. Não estava nos nossos planos. Queríamos estar na Champions,ondemerece­mos estar. Dentro dessa parte menos positiva, a equipa soube reagir bem, e não era fácil. Tivemos força, unimo-nos e encarámos o grupo da Liga Europa com toda a seriedade. Ficou demonstrad­o que não era fácil. Tenho de dar uma palavra a nós, jogadores, porque fomos um grupo bastante unido depoisdeum­aeliminaçã­o,em casa, que deixa sempre uma marca.

Que razões aponta para a falta de consistênc­ia da equipa, que o próprio Sérgio Conceição já reconheceu ter visto nalguns jogos?

—Tudo o que pudermos tentar justificar vai ser visto pelos adversário­s como uma desculpa, ou que estamos a “chorar”. Estamos nas três competiçõe­s nacionais e na Liga Europa, ou seja,estamosden­trodaexpec­tativa do que este clube exige. É verdade que o míster diz que nalguns jogos, principalm­ente fora de casa, poderíamos resolver logo na primeira parte, e depois entra aquela ansiedade que acaba por ser normal. O importante é a equipa não perder o foco e saber o caminho que tem de percorrer.

Será uma questão mais mental? No Dragão, ainda nem sofreram golos nas provas internas...

—A nossa equipa é muito constante ao longo dos 90’, com uma pujança muito forte. Em casa, não quebramos, mantemos o ritmo. Fora temos o mesmo pensamento e atitude, mas também temos de saber jogar com a estratégia dos adversário­s. Não digo que seja antijogo, mas muitas vezes não nos deixam manter o ritmo. Temos de estar preparados para tudo, os adversário­s vão utilizar todas as ferramenta­s para tirar pontos ao FC Porto.

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