O Jogo

“Messi ou Ronaldo? Escolhia o Messi”

Sem rodeios, admite que aprecia mais o astro argentino do que o internacio­nal português

-

Numa avaliação das estratégia­s de mercado, não vê “pecado” nenhum em que o Benfica compre jogadores com carimbo exclusivo de venda imediata. Já percebemos que não é grande apreciador dos futebolist­as mais atléticos, que fazem da força a sua principal arma… —Sou adepto do jogador técnico, criativo, inteligent­e. Se temos um jogo que vive de decisões, temos de ter jogadores para esse estilo de jogo. Então onde é que se situa na luta Ronaldo/Messi? —[risos]Setivessed­eescolher um dos dois, escolheria o Messi, sem dúvida. Mas o Cristiano tem uma coisa que poucos têm no mundo: a mentalidad­e. Quem são os próximos Bolas de Ouro? —Não ligo muito a essa coisa da Bola de Ouro, até porque o futebol é um desporto coletivo, mas percebo que, em termos de marketing, seja importante para vender um produto. De qualquer forma, o jogador que mais me salta à vista em termos de futuro é o Mbappé. Vale a pena contratar só para vender e enfraquece­r os rivais, estando, com isso, também a enfraquece­r a própria competição? — O Benfica é uma marca fortíssima. Tudo o que tem a marca Benfica é muito valioso e, com os jogadores, é igual. O Benfica pode encontrar jogadores com algum nível que não têm, no entanto, capacidade para estar na equipa principal. Ora, o que fazer com eles? Rentabiliz­á-los, aproveitan­do a força de uma marca mundial. Não vejo qualquer pecado nisso. Por exemplo, o Daniel Wass, internacio­nal dinamarquê­s que eu achava que tinha algum potencial, custou zero e só deu lucro ao Benfica. O treinador da altura não achava que ele tivesse capacidade para jogar e foi várias vezes vendido, com o Benfica a receber percentage­ns. Hoje é titularíss­imo do Valência, joga a Liga dos Campeões. Essa vertente de negócio, sobretudo em ligas periférica­s, é algo que não deve ser menospreza­do, porque é uma forma de fazer dinheiro. Um clube inglês não precisa disto, porque o último classifica­do recebe 150 milhões de direitos televisivo­s, mas a gestão dos clubes portuguese­s tem de ser engenhosa. Mas num país tão assimétric­o, não se torna desleal? —Percebo a ideia, mas só a compro no futebol de formação, onde os clubes grandes secam completame­nte os outros clubes. Nesses casos, os clubes grandes não se vão enganar, porque têm todos os melhores jogadores, mas deviam pensar que, com essa medida, retiram competitiv­idade e o jogador também não se desenvolve como podia.

“Comprar para vender? É algo que não deve ser menospreza­do, pois é uma forma de fazer dinheiro”

 ??  ?? Ronaldo e Messi receberam prémios da FIFA
Ronaldo e Messi receberam prémios da FIFA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal