O Jogo

NÃO HÁ IDADE PARA MANDAR NOS 6 METROS

Tiago Rocha e Luís Frade têm 13 anos de diferença, mas comandam juntos o jogo de pivô do Sporting

- FREDERICO BÁRTOLO

Juntos somam 155 golos e não só respeitam a rotação de Thierry Anti como se “oferecem” para defender e atacar. Gerações à parte, dizem-se sempre prontos a aprender com as movimentaç­ões um do outro

Tiago Rocha, de 34 anos, e Luís Frade, de 21, têm tanto jogo de cintura a responder como na linha de seis metros, na qual fazem diferenças para o Sporting. Os pivôs detalham a O JOGO o companheir­ismo e uma admiração que ultrapassa o balneário do João Rocha. “O Tiago sempre foi uma referência, admirei-o bastante. Via-o jogar já no FC Porto [onde foi hexacampeã­o] e encontrá-lo aqui foi muito bom. Conheci-o pessoalmen­te no Sporting, é verdade, mas já o acompanhav­a. Foi uma alegria saber que ia jogar com ele”, principia Frade, antes de Rocha confessar que a trajetória de longa data do colega no Águas Santas já dava mostras: “Acompanhei a formação dele nas Seleções jovens e no Águas Santas. A evolução dele está à vista de todos. Quando o diretor [na altura Carlos Galambas] me disse que ele vinha, fiquei contente. Não foi preciso recomendá-lo.”

“Todos temos a mesma idade quando somos seniores”, atira o menino de 21 anos, que não recorda nenhuma praxe de Rocha, mas sim um gesto marcante: “Nos primeiros tempos, que foram difíceis, o Tiago teve sempre uma palavra amiga, que me dava motivação. Ajudou-me bastante. Sabia que tinha uma pessoa com o estatuto dele a apoiarme. Aprendo tudo com o Tiago e, sem ele, nunca notaria determinad­as coisas.” O mais experiente, oriundo de São Paio de Oleiros, retribui: “Tento ajudar o Frade por todas as experiênci­as que tive. Se calhar, há algumas coisas, devido à idade, em que posso ajudar, mas ele tem personalid­ade. Além disso, somos pivôs diferentes: ele é mais estático e forte, já eu sou mais móvel e gosto de jogar no espaço. Ensino-lhe as minhas qualidades e ele ajuda-me na rotação.”

Juntos somam 155 golos na época. Thierry Anti roda os pivôs e ambos estão satisfeito­s. “Quem deve ou não jogar, é uma análise do treinador. Aceitamos bem a decisão, isso também varia pelas defesas adversária­s, serem mais abertasou mais fechadas. Ant is abe o que é mais indicado”, considera Tiago Rocha, que leva 73 tentos, explicando que, no

“Acompanhei a formação do Frade. Quando o Galambas me disse que ele vinha, fiquei contente”

“Somos pivôs diferentes. Ele é mais estático e forte, eu mais móvel. Ambos aprendemos”

Tiago Rocha

Pivô do Sporting

“O Tiago sempre foi referência. Via-o jogar no FC Porto e encontrá-lo no Sporting foi muito bom”

“Não me sinto um dos dois melhores pivôs portuguese­s. Com o Tiago, aprendo coisas que não notaria”

Luís Frade

Pivô do Sporting

treino, o ataque e a defesa são trabalhado­s para proteger o central C ar losRuesga.“Ép referível para o treinador só fazer uma troca, porqueénor­m alado central. Ficamos menosvu ln eráveisà transição ”, explica.

Embora ainda não seja oficial, O JOGO sabe que Luís Frade será do Barcelona a partir de 2021/22, conforme noticiou a 27 de novembro, mas o atleta mostra-se humilde: “Só penso no Sporting. E neste momento nem me sinto um dos dois melhores pivôs de Portugal.” Rocha conclui, entre risos: “Pelo menos, somos os melhores pivôs do Sporting.”

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