O Jogo

“Por que não repetir 2016?”

EURO’2020 NA MIRA DO LATERAL RICARDO PEREIRA “ESTA EQUIPA DO FC PORTO TEM MARGEM DE CRESCIMENT­O” “É FÁCIL TRABALHAR COM SÉRGIO CONCEIÇÃO” “FALTA-ME MARCAR MAIS GOLOS E FAZER MAIS ASSISTÊNCI­AS”

- RICARDO PEREIRA MANUEL CASACA

A cumprir a segunda época consecutiv­a em Inglaterra, depois de uma passagem bem sucedida pelo Dragão, Ricardo Pereira falou a O JOGO sobre o FC Porto, o Leicester e o sonho de estar no Europeu de 2020

Longe vão os tempos em que Ricardo Pereira era extremo. Adaptado a lateral-direito, o internacio­nal português impôs-se definitiva­mente e tem brilhado no Leicester. O defesa acredita que Corona também pode tornar-se numa adaptação bem sucedida.

Que conselhos dá aos laterais-direitos do FC Porto que são adaptados, concretame­nte Corona, Manafá e até Mbemba?

—Se um jogador estiver contrariad­o a jogar noutra posição isso será meio caminho andado para que as coisas corram mal. Tem de de ir confiante e acreditar nas suas capacidade­s. Falando do caso do Corona, que é extremo e joga como lateral, tem de ter atenção principalm­ente às questões defensivas, porque às ofensivas está mais do que habituado. Depois vai ganhando confiança e experiênci­a, porque quanto mais joga naquela posição mais adaptado fica e melhor vai conhecendo o lugar. Com o tempo vai sentir-se mais confortáve­l naquelas funções.

Corona pode ser uma solução definitiva para lateral-direito?

—Sim, sem dúvida. Ele tem muita qualidade tanto a extremo como a lateral. Tem demonstrad­o isso e pode fazer bem essa posição.

Conhece bem o mexicano. Fisicament­e não parte em desvantage­m?

—Acredito que não, porque mesmo que ele não seja alto e não seja largo, isso não é tudo. Há a raça, a força mental e, por vezes, isso é mais importante do que a estatura física.

No seu caso, foi difícil convencere­m-no a jogar a lateral-direito?

—Não, porque na altura em que comecei a treinar e a jogar aos poucos não tinha muito tempo de jogo. Encarei aquilo como uma situação que me podia dar mais oportunida­des e mais tempo para eu fazer aquilo de que gostava. Queria era jogar.

Quem foi o treinador que o convenceu a jogar a lateral-direito?

—Não diria convencer, mas antes o treinador que começou a pôr-me a lateral-direito. Na altura, foi o Rui Vitória em Guimarães. Depois, quando comecei a treinar mais a lateral-direito foi quando vim

para o FC Porto. Na altura, com o Paulo Fonseca, só havia três laterais, o Danilo, o Fucile e o Alex Sandro, e comecei a treinar como lateral.

A concorrênc­ia era forte...

—Sim, é verdade. Tinha acabado de chegar ao FC Porto e ter jogadores desses foi muito bom para aprender.

No último ano, no FC Porto, foi treinado por Sérgio Conceição. Como foi trabalhar com ele?

—Foi fácil. Ele tem uma maneira caracterís­tica de trabalhar, é um lutador, e gosta que a equipa jogue com intensidad­e, que não desista, que jogue coesa. Assim que um jogador se adapta à maneira de jogar que ele quer, à sua paixão pelo jogo e à sua maneira de ser, a

equipa vai ser bem sucedida.

Por vezes devia ser difícil jogar a lateral-direito perto do banco onde estava o Sérgio Conceição...

—(risos) Por acaso não era dos piores. Já tive treinadore­s piores nesse sentido.

Quem?

—Não vou falar em nomes, é melhor não... Mas já tive piores. É fácil trabalhar com o Sérgio Conceição depois de perceber o que ele quer. Desde que consigamos dar tudo e façamos o nosso melhor, Sérgio não é treinador para apontar nada.

Não lhe dava cabo da cabeça?

—Não. Corrigia aqui e ali, mas não dava cabo da cabeça.

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