“LAGE DISSE-ME QUE QUERIA ALGUÉM COMO EU”
Tido pelo técnico encarnado como melhor jogador que orientou, o médio do Cova da Piedade diz-se grato e revela uma frase dita em jeito de brincadeira pelo setubalense
O ex-jogador do Benfica já teve oportunidade de agradecer, via telefone, ao treinador que mais o marcou. Diz-se surpreendido e sensibilizado, pois o elogio foi dito com o coração, o que é “ótimo”
No dia em que renovou contrato com o clube da Luz, em meados de dezembro, Bruno Lage revelou que André Carvalhas foi o melhor jogador que orientou. As palavras do treinador encarnado surpreenderam o médio-ofensivo, que passou pela formação das águias e atualmente joga no Cova da Piedade. Em conversa com O JOGO, Carvalhas diz-se “orgulhoso” e refere que já agradeceu por telefone ao timoneiro do campeão nacional. “Mantenho uma boa ligação com ele e mesmo quando estava estrangeiro tínhamos conversas semanalmente. São palavras reconfortantes. Ele não me deve nada, diz as coisas decoração e quando é assim, é ótimo”, sublinha o médioofensivo, de 30 anos.
Carvalhas conta mesmo um episódio curioso que o deixou sensibilizado depois de um jogo-treino entre Benfica e Cova da Piedade, este ano no Seixal. “Em tom de brincadeira, disse que queria um jogador como eu na equipa [risos]. Vindo de quemé, é sempre mui tomais valorizado e importante ouvir isso”, apontou.
Sem pudor, Carvalhas afirma que Lage foi o treinador que mais o marcou. “Apanhou-me em fases de formação e evolução diferentes e fiquei com uma relação pessoal distinta de todos os outros. É um treinador especial e previa-se que iria chegar a este patamar e, acima de tudo, manter-se”, vinca o jogador, que curiosamente foi também foi treinado por Rui Vitória, no Fátima. “Também mantemos uma boa relação. É um excelente treinador, com metodologias diferentes de Lage”, explica.
Antigo internacional português pelos escalões jovens, André Carvalhas trabalhou no Seixal no arranque do então Caixa Futebol Campus até ao empréstimo ao Rio Ave, em 2008/09. E para o médio é fácil explicar o motivo pelo qual os jovens conseguem hoje impor seno plantel principal .“Na minha época, saíamos dos juniores diretos para a equipa principal e o salto era demasiado grande. Tínhamos qualidade para lá estar, mas precisávamos de um ou dois anos de transição, algo que hoje se faz coma equipa Bea de sub -23. Estas equipas dão outro tipo de condições aos jovens para que cresçam”, comenta, recordando um episódio elucidativo. “Lembro-me perfeitamente que quando subi dos juniores ao plantel principal, ainda com idade júnior, fui começar a tabelar com o Rui Costa e Nuno Gomes e obviamente tinha qualidade e achava que conseguia jogar na equipa, mas a diferença é que eles já lá estavam há muitos anos. O nosso salto era muito grande para nos conseguirmos manter na equipa. O problema não era chegarmos lá, mas mantermo-nos lá”, diz o atleta, que chegou a jogar com Nélson Veríssimo, adjunto de Lage, no Fátima.
“Tabelava com Rui Costa e Nuno Gomes, mas era complicado ficarmos na equipa” André Carvalhas Médio do Cova da Piedade