O Jogo

“LAGE DISSE-ME QUE QUERIA ALGUÉM COMO EU”

Tido pelo técnico encarnado como melhor jogador que orientou, o médio do Cova da Piedade diz-se grato e revela uma frase dita em jeito de brincadeir­a pelo setubalens­e

- PAULO NUNES TEIXEIRA

O ex-jogador do Benfica já teve oportunida­de de agradecer, via telefone, ao treinador que mais o marcou. Diz-se surpreendi­do e sensibiliz­ado, pois o elogio foi dito com o coração, o que é “ótimo”

No dia em que renovou contrato com o clube da Luz, em meados de dezembro, Bruno Lage revelou que André Carvalhas foi o melhor jogador que orientou. As palavras do treinador encarnado surpreende­ram o médio-ofensivo, que passou pela formação das águias e atualmente joga no Cova da Piedade. Em conversa com O JOGO, Carvalhas diz-se “orgulhoso” e refere que já agradeceu por telefone ao timoneiro do campeão nacional. “Mantenho uma boa ligação com ele e mesmo quando estava estrangeir­o tínhamos conversas semanalmen­te. São palavras reconforta­ntes. Ele não me deve nada, diz as coisas decoração e quando é assim, é ótimo”, sublinha o médioofens­ivo, de 30 anos.

Carvalhas conta mesmo um episódio curioso que o deixou sensibiliz­ado depois de um jogo-treino entre Benfica e Cova da Piedade, este ano no Seixal. “Em tom de brincadeir­a, disse que queria um jogador como eu na equipa [risos]. Vindo de quemé, é sempre mui tomais valorizado e importante ouvir isso”, apontou.

Sem pudor, Carvalhas afirma que Lage foi o treinador que mais o marcou. “Apanhou-me em fases de formação e evolução diferentes e fiquei com uma relação pessoal distinta de todos os outros. É um treinador especial e previa-se que iria chegar a este patamar e, acima de tudo, manter-se”, vinca o jogador, que curiosamen­te foi também foi treinado por Rui Vitória, no Fátima. “Também mantemos uma boa relação. É um excelente treinador, com metodologi­as diferentes de Lage”, explica.

Antigo internacio­nal português pelos escalões jovens, André Carvalhas trabalhou no Seixal no arranque do então Caixa Futebol Campus até ao empréstimo ao Rio Ave, em 2008/09. E para o médio é fácil explicar o motivo pelo qual os jovens conseguem hoje impor seno plantel principal .“Na minha época, saíamos dos juniores diretos para a equipa principal e o salto era demasiado grande. Tínhamos qualidade para lá estar, mas precisávam­os de um ou dois anos de transição, algo que hoje se faz coma equipa Bea de sub -23. Estas equipas dão outro tipo de condições aos jovens para que cresçam”, comenta, recordando um episódio elucidativ­o. “Lembro-me perfeitame­nte que quando subi dos juniores ao plantel principal, ainda com idade júnior, fui começar a tabelar com o Rui Costa e Nuno Gomes e obviamente tinha qualidade e achava que conseguia jogar na equipa, mas a diferença é que eles já lá estavam há muitos anos. O nosso salto era muito grande para nos conseguirm­os manter na equipa. O problema não era chegarmos lá, mas mantermo-nos lá”, diz o atleta, que chegou a jogar com Nélson Veríssimo, adjunto de Lage, no Fátima.

“Tabelava com Rui Costa e Nuno Gomes, mas era complicado ficarmos na equipa” André Carvalhas Médio do Cova da Piedade

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