City tentou comprar Messi por engano...
Garry Cook, diretor executivo do clube entre 2008 e 2011, contou que ofereceu 70 milhões de libras ao Barça por ter percebido mal um desabafo
Em inglês, entre Messi e “Messy” a diferença é só uma letra, mas o significado não é bem o mesmo: um dos patrões do City desabafou que “as coisas estavam Messy” e o CEO achou que ele queria Messi
Messy, em inglês, significa bagunça/confusão. Ora, gou foi precisamente uma grande confusão que, em 2008, esteve na origem de uma oferta feita ao Barcelona pelo Manchester City para tentar contratar Messi: 70 milhões de libras (ao câmbio atual, mais de 80 milhões de euros). O argentino era já um talento indiscutível, Cristiano Ronaldo elevaria no ano seguinte o nível das transferências para uns, até então, inimagináveis quase 100 milhões de euros, mas, em 2008, os tais 80 milhões abriram a boca de espanto ao Barça, que, desconfiado, quis saber junto da Premier League se podia acreditar na oferta e, ao que se conta agora, ter-se-á mostrado mesmo tentando em aceitar. Hoje seria uma pechincha.
A história foi contada por Garry Cook, que exerceu o cargo de diretor-executivo (CEO) do City entre 2008 e 2011, à “The Athletic”. O clube estava então à procura de contratações marcantes, nas vésperas de se consumar a venda a um fundo de Abu Dhabi, e os citizens tinham falhado, por exemplo, o plano para desviar Berbatov ao rival United, entre outras ações que não correram como o planeado. “Estávamos numa reunião-conferência por telefone. Pairoj Piempongsant [braço direito do então dono do City, o tailandês Thaksin Shinawatra] estava a ser massajado e a falar com Paul Aldridge. Imaginem a cena: o Paul com seu sotaque londrino a dizer ‘Pairoj, diz-me o que estás a fazer, porque as coisas estão a ficar fora do controlo’. O Paroj, deitado na marquise, aos gritos. ‘Sim, sim, sim, isto está a ficar uma confusão’ (a tal frase com ‘Messy’ - ‘It’s gettingMessy’)”,contaCook. “A minha filha foi testemunha. Algo se passou ali, porque [ao telefone] entendemos ‘Temos de conseguir o Messi’. O Paul falou comigo depois a lamentar-se da situação confusa e eu disse-lhe: ‘Faz a oferta e logo se vê’”. No dia seguinte, prossegue o ex-CEO, ligoulhe Dave Richards, da Premier League. “Perguntou-me: ’Garry, estás louco? Fizeste uma oferta de 70 milhões de libras pelo Messi?’ Disse-me então que tinha recebido uma chamadadoBarcelonaporque eles queriam saber se a oferta que receberam era real e que, se fosse mesmo, talvez a tivessem considerado umas semanas antes”.
As fichas do City acabaram por ser postas em Robinho, a maior contratação do ano. O brasileiro, que estava no Real Madrid, custou quase metade dessa oferta louca por Messi: 42 milhões de euros. Aos olhos de hoje, a tal confusão de palavras, a dar resultado, teria sido um golpe de mestre.