PERDA DE RECEITAS PODE CHEGAR AOS 100% EM ABRIL
Em março, a quebra de rendimentos está entre os 70% e os 75%, num mercado – o português – já de si limitado. Quer ajuda para manter postos de trabalho e evitar que o jogo ilegal cresça Sector pede ao Governo que especifique as medidas do pacote de 3 mil
Portugal tem 13 empresas de apostas online licenciadas pelo Serviço de Regulamentação e Inspeção de Jogos do Turismo de Portugal. Com um modelo económico assente nos resultados desportivos, as empresas estão vulneráveis aos efeitos da Covid-19, pela suspensão dos campeonatos desportivos. A Betano, detentor da licença 17 e 18 de “jogos de fortuna e azar” e de “apostas desportivas à cota”, foi contida na análise ao momento atual. “Esta é uma situação que está a evoluir muito rapidamente, à qual estamos a reagir, mas ainda é cedo para avaliar um impacto”, entenderam.
As restantes empresas contactadas preferiram remeter para uma resposta conjunta do sector, pela Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO), que aponta quedas acentuadas de receitas, que podem, já no próximo mês, chegar aos 100%.
“No corrente mês de março, os nossos associados estimam uma perda de receitas em apostas desportivas na ordem dos 70 a 75% e a partir do próximo mês antecipam que se agrave para perto de 100% das receitas, devido à ausência de oferta de desportos e competições, acrescido pelo facto de essa oferta ser mais limitada em Portugal do que se verifica na maioria de outros países onde o jogo online é regulado”, afirmou Gabino Oliveira, presidente da associação, confrontado com as dúvidas de O JOGO.
O último jogo da I Liga de futebol, em Portugal, aconteceu a 8 de março. Nos dias que se seguiram, os campeonatos profissionais e amadores de futebol foram suspensos. As restantes modalidades seguiram o exemplo, num combate à propagação da Covid-19, sem que haja uma data prevista para o regresso. O mesmo aconteceu pelo mundo e com as competições internacionais. Ou seja, deixou de haver realidade para fazer apostas.
“Portugal já aprovou um pacote de três mil milhões de euros para sustentar a economia portuguesa, incluindo o turismo. Como é sabido, o sector do jogo é parte integrante do sector do turismo e emprega muitas centenas de pessoas, pelo que é indispensável clarificar que medidas excecionais e estruturais podem ser tomadas para minimizar os impactos nesta atividade”, apela a APAJO.
Regulamentado em Portugal há cerca de quatro anos, a manutenção dos postos de trabalho no sector, avisou a APAJO, “vai depender da proatividade de todos os envolvidos – Governo, regulador e operadores – para encontrar soluções adequadas neste momento difícil”, até para evitar que floresça o jogo ilegal, livre de impostos.
Por isso, a associação quer que o Governo especifique o que tem pensado para as empresas de jogo online.
“Postos de trabalho? Vai depender da proatividade de todos os envolvidos” Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online