Fim da OPA em avaliação
CRISE Incerteza gerada pelo coronavírus pode levar à canalização do investimento para outras áreas
O Benfica analisa a possibilidade de revogar, junto da CMVM, a operação para a aquisição de até 28,06 por cento da sua própria SAD. Regulamentação do mercado permite-o em situações excecionais
O Benfica admite pôr fim à OPA( oferta pública de aquisição)lançada em novembro de 2019, através da Benfica SGPS, à sua própria SAD. O clube da Luz analisa, segundo adiantou o “Jornal Económico”, a possibilidade de cancelar esta operação junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), sendo que, segundo apurou O JOGO, apesar de o pedido ainda não ter sido feito, este é um cenário em cima da mesa face à conjuntura atual. A pandemia do coronavírus está a provocar fortes alterações e quebras nos mercados a nível mundial, tendo levado, por isso, a uma mudança radical da conjuntura que levou à decisão de investimento, num cenário no qual o Benfica admitia investir um máximo de 32,3 milhões de euros.
Face à grande incerteza atual, e que poderá prolongar-se durante vários meses, os responsáveis encarnados entendem que a capacidade de investimentodo Benfica poderá ter de ser canalizada para outras áreas, até como prevenção para os efeitos que a Covid-19 terá na economia mundial. Assim, a desistência é uma das possíveis medidas de gestão que estão a ser avaliadas pelas águias, numa situação comum a outras áreas, a exemplo do que até o próprio Estado está a fazer, ao tomar medidas de emergência.
Para revogar a OPA, o Benfica poderá invocar o artigo 128º do Código dos Valores Mobiliários, onde se estipula que o oferente pode “modificar a oferta ou revogá-la”, sempre “mediante autorização da CMVM ”,“em caso de alteração imprevisível e substancial das circunstâncias que (...) hajam fundado a decisão de lançamento da oferta”.
Lançada em novembro, a operação visa a aquisição de um máximo de 28,06 por cento das ações de categoria B dispersas, sendo que o clube, além dos 40% de títulos de categoria A, detém, entre outras sociedades e participações de administradores, praticamente 67% das ações. Oferecendo cinco euros por papel – aquando do lançamento da OPA cada título valia 2,76 euros –, o Benfica pretende com esta medida controlar até 95 por cento da SAD.