O Jogo

Fim da OPA em avaliação

CRISE Incerteza gerada pelo coronavíru­s pode levar à canalizaçã­o do investimen­to para outras áreas

- MARCO GONÇALVES VÍTOR RODRIGUES

O Benfica analisa a possibilid­ade de revogar, junto da CMVM, a operação para a aquisição de até 28,06 por cento da sua própria SAD. Regulament­ação do mercado permite-o em situações excecionai­s

O Benfica admite pôr fim à OPA( oferta pública de aquisição)lançada em novembro de 2019, através da Benfica SGPS, à sua própria SAD. O clube da Luz analisa, segundo adiantou o “Jornal Económico”, a possibilid­ade de cancelar esta operação junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s (CMVM), sendo que, segundo apurou O JOGO, apesar de o pedido ainda não ter sido feito, este é um cenário em cima da mesa face à conjuntura atual. A pandemia do coronavíru­s está a provocar fortes alterações e quebras nos mercados a nível mundial, tendo levado, por isso, a uma mudança radical da conjuntura que levou à decisão de investimen­to, num cenário no qual o Benfica admitia investir um máximo de 32,3 milhões de euros.

Face à grande incerteza atual, e que poderá prolongar-se durante vários meses, os responsáve­is encarnados entendem que a capacidade de investimen­todo Benfica poderá ter de ser canalizada para outras áreas, até como prevenção para os efeitos que a Covid-19 terá na economia mundial. Assim, a desistênci­a é uma das possíveis medidas de gestão que estão a ser avaliadas pelas águias, numa situação comum a outras áreas, a exemplo do que até o próprio Estado está a fazer, ao tomar medidas de emergência.

Para revogar a OPA, o Benfica poderá invocar o artigo 128º do Código dos Valores Mobiliário­s, onde se estipula que o oferente pode “modificar a oferta ou revogá-la”, sempre “mediante autorizaçã­o da CMVM ”,“em caso de alteração imprevisív­el e substancia­l das circunstân­cias que (...) hajam fundado a decisão de lançamento da oferta”.

Lançada em novembro, a operação visa a aquisição de um máximo de 28,06 por cento das ações de categoria B dispersas, sendo que o clube, além dos 40% de títulos de categoria A, detém, entre outras sociedades e participaç­ões de administra­dores, praticamen­te 67% das ações. Oferecendo cinco euros por papel – aquando do lançamento da OPA cada título valia 2,76 euros –, o Benfica pretende com esta medida controlar até 95 por cento da SAD.

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e Luís Filipe Vieira avaliam consequênc­ias
da Covid-19 nos mercados
Soares Oliveira e Luís Filipe Vieira avaliam consequênc­ias da Covid-19 nos mercados

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