O Jogo

“Outros estão mais otimistas do que o COI”

Thomas Bach, em entrevista ao “New York Times”, continua confiante em realizar Tóquio’20 nas datas previstas

- CATARINA DOMINGOS

A quatro meses e meio dos Jogos, o alemão considera prematuro tomar alguma medida, até porque a maioria das organizaçõ­es desportiva­s e ligas profission­as pensa recomeçar já em maio e junho!

Depois de o Comité Olímpico Internacio­nal (COI) ter demonstrad­o, na terça-feira, a vontade de realizar os Jogos Olímpicos nas datas previstas (de 24 de julho a 9 de agosto), o presidente do organismo, Thomas Bach, reforçou essa intenção ao “New York Times”, apesar da expansão do coronavíru­s pelo mundo, o que tem impedido os atletas de ter uma preparação dita normal. Além disso, muitos outros ainda não tinham o apuramento assegurado e, com os sucessivos cancelamen­tos de provas, vivem na indefiniçã­o – a doença Covid19 já mexeu com 42 das 50 modalidade­s olímpicas.

Bach, de 66 anos, a liderar o COI desde 2013, lembrou que já sentiu essas dúvidas na pele, quando foi atleta olímpico de esgrima pela antiga República Federal Alemã. “Estive numa situação semelhante antes de Moscovo’1980, quando também havia muita incerteza. Seriam os Jogos em Moscovo? Podíamos ir? Em que circunstân­cias seríamos autorizado­s? Para um atleta, a pior coisa de uma preparação é a incerteza que pode distrair de treinar”, afirmou o dirigente, adiantando que aconselhou um lote de 220 desportist­as a entrar em contacto direto com os comités nacionais na busca de alternativ­as perante as crescentes restrições. “Alguns são muito criativos no treino em casa, mas recomendam­os que estejam atentos às medidas em vigor nos seus países”, acrescento­u.

Assegurand­o que o COI“não vive numa bolha nem noutro planeta” – “somos afetados por esta crise como toda a gente e estamos preocupado­s como toda a gente”, vincou –, Bach lembrou que “os 206 comités e federações concordara­m que, numa situação tão difícil, é preciso um símbolo de esperança” e defendeu que outras organizaçõ­es desportiva­s ou ligas profission­ais estão “mais otimistas” do que o COI. “Muitos adiaram as competiçõe­s até abril ou final de maio, nós estamos a falar no final de julho”, completou, voltando a insistir na ideia que é prematuro alterar planos.

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O alemão Thomas Bach foi atleta e lidera o COI desde 2013

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