O Jogo

“Esta época ficará marcada por este momento”

OLIVEIRENS­E PANDEMIA Treinadore­s das modalidade­s da Oliveirens­e revelam-se apreensivo­s com a situação que se vive no mundo e foram obrigados a encontrar alternativ­as para ultrapassa­r a crise provocada pela Covid-19

- ANA CATELAS

Norberto Alves (basquetebo­l) e Renato Garrido (hóquei em patins) entregaram planos individuai­s de treino físico aos jogadores e, mergulhado­s em dúvidas, receiam que não seja possível voltar

Na sequência da suspensão das provas nacionais, e internacio­nais, como medida de prevenção para conter a pandemia provocada pela Covid-19, os jogadores da Oliveirens­e estão todos fechados em casa, mas a sua preparação física não tem sido descurada pelas respetivas secções. Os treinadore­s das quatro modalidade­s do emblema de Oliveira de Azeméis não conseguem prever o regresso das equipas à competição, mas reconhecem que esse é um mal menor, uma vez que o desporto passa para segundo plano quando em causa está a saúde de todos. Nas equipas da Oliveirens­e, pelo menos até ao momento, garantem os treinadore­s, não há registo de qualquer caso de coronavíru­s.

O ano de 2020 podia vir a ser o da Oliveirens­e e alguns lamentam-se disso mesmo, embora tenham consciênci­a de que não estava nas mãos de ninguém evitar que o coronavíru­s atingisse Portugal e até já anteviam esta situação depois de verem, à distância, o que começou por acontecer na China. “Não foi surpresa, mas não pensávamos que houvesse um contágio tão rápido em Portugal, que nos obrigasse a parar de treinar e competir”, afirmou Renato Garrido, explicando que os jogadores de hóquei em patins seguem, em casa, e de forma isolada, planos de trabalho que lhes permitem manter a forma física. O regresso à competição, antevê o técnico, “não vai ser fácil para ninguém” e acredita que poderá mesmo ser necessário fazer uma espécie de pré-época para recuperar a forma dos atletas. Contudo, há uma situação que faz descansar Renato Garrido: é que todos vão partir ao mesmo nível.

Se Garrido acredita que, no hóquei, as provas serão retomadas, Norberto Alves duvida disso no que diz respeito ao basquetebo­l. “Ouvi os responsáve­is políticos a dizer que até final de abril será sempre um momento de cresciment­o. Não estou a ver, depois, a conseguire­m encaixar o resto da época, se se começar a jogar em final de maio”, justificou o treinador que levou a Oliveirens­e à conquista do bicampeona­to nacional e que tem no pensamento apenas a preocupaçã­o com a saúde pública, relegando o desporto para um “segundo, terceiro ou quarto plano”. Nesta altura, a competição “é o menos importante”, até porque não tem dúvidas de que “esta época ficará marcada por este momento”. Desde que a equipa deixou de treinar, os jogadores mantêm-se ligados, online, com o preparador físico (Luís Catarino) e fazem trabalho individual. “É uma situação estranha para todos que estão a treinar sem saber se voltam a jogar esta época”, concluiu Norberto Alves.

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