Oficial: águias abdicam da OPA
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Em comunicado, a SGPS defende-se com a pandemia e aguarda autorização
Em comunicado, a SAD explica os contornos do financiamento da SGPS e ainda garante que vai cortar nos custos do futebol, com “uma análise mais cuidada” aos negócios que estavam planificados
Poucas horas depois de ter recebido a proposta de indeferimento da Operação Pública de Aquisição (OPA) que a SGPS do Benfica havia lançado sobre as ações da SAD encarnada, os dirigentes da Luz arrepiaram campinho e avançaram para um decisão que, como O JOGO noticiou oportunamente, estava a ser avaliada. Em comunicado divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os responsáveis benfiquistas revelaram o pedido de revogação da OPA à mesma entidade e, em paralelo, anunciaram que vão cortar nos custos do futebol e avaliar com maior cuidado o investimento planificado.
A reavaliação de prioridades surge nas considerações finais do documento, nas quais os dirigentes da SAD destacam a “previsível redução de custos e despesas não indispensáveis” ao desenvolvimento da sua atividade e “a ponderação acrescidamente cuidada de todos os investimentos que estavam projetados”. “Assim sendo, as transações de atletas serão analisadas muito cuidadosamente, tendo em vista promover e preservar na maior medida possível os ativos essenciais da Benfica SAD e assegurar a sua sustentabilidade”, pode ler-se no comunicado das águias.
Esta mudança de rumo deves eà incerteza provocada pela pandemia atual, sendo esta também apontada como explicação para a decisão de revogação da OPA, que ficará agora a aguardar aceitação da CMVM. “A revogação da oferta já vinha sendo discutida com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários desde que se tornou do conhecimento público, no dia 12 de março de 2020, a suspensão do campeonato”, explicam, argumentando que a decisão resulta da “alteração das circunstâncias determinadas pela pandemia associada ao novo Coronavírus – COVID19 e os impactos da mesma, diretos e indiretos”, acrescentam.
Resposta à CMVM
Na mesma comunicação, é dada a garantia de que a Benfica SGPS “se pronunciará em sede de audiência prévia acerca do projeto de indeferimento do pedido de registo de oferta” pela CMVM , reiterando “a plena conformidade da oferta”, com a própria SAD a adiantar-se na argumentação. Em onze pontos, são explicados os contornos no financiamento da OPA que motivou o chumbo da véspera, nomeadamente sendo explicada a renegociação do contrato de utilizaçãodo estádio, num novo a cordoem que aSA D acordou pagar 94,5 milhões de euros pelo aluguer até 2041, tendo tido um desconto de 32,5 milhões pelo pagamento antecipado e um abatimento de mais 32,9 que a Benfica Estádio, agora dependente da SGPS, devia à SAD. Sobraram, segundo estas contas, 29 milhões que suportariam quase na totalidade os 32,3 milhões previstos na OPA para compra das ações na posse de investidores externos ao Grupo Benfica.