A maior fatura é para o Japão
DINHEIRO Alguns custos podem ser recuperados. Pior será avaliar a situação económica devido à crise sanitária
Orçamento dos Jogos de Tóquio é (era) de 11,5 mil milhões de euros, excluindo os 2,3 mil milhões já gastos em infraestruturas. Contrato com seguradoras inclui cobertura de sismos, atentados e... pandemias
O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio representa um duro golpe para a economia japonesa, mas o maior impacto surgirá no rescaldo da crise global, e sem fim à vista, provocada pela pandemia. O Japão pode recuperar, no próximo ano, uma boa parte do investimento nos Jogos, mas não consegue prever os efeitos dessa pandemia na economia. O orçamento dos JO é de 11,5 mil milhões de euros, repartidos pelos 5026 milhões da cidade de Tóquio, 5076 milhões do comité organizador e 1262 milhões do Estado central, existindo ainda 3000 milhões de empresas privadas nipónicas.
Problemática é a questão dos direitos televisivos, que correspondem a 75 por cento do negócio. É a primeira fonte de receitas e integra dois parceiros: a Discovery, que comprou os direitos para quase toda a Europa, através do Eurosport, gastando 1300 milhões de euros (2018 a 2024); e a NBC Universal, cujo acordo nos EUA chega aos 7000 milhões. Esta última tinha previsto arrecadar mais de 1100 milhões nas receitas publicitárias. Já a fonte comercial de rendimento abarca contratos de patrocínio que são cerca de 18 por cento de todo o negócio e os lucros de bilheteira deveriam atingir os 2020 milhões.
Um certo alívio advém do facto de o comité organizador local ter registado um seguro que cobre vários riscos. Um cancelamento, ou neste caso adiamento, relacionado com a pandemia, mesmo tendo esta surgido depois de subscrito, está previsto no contrato, como estão os atentados ou sismos.