O Jogo

“VAMOS MANTER O FOCO MAIS UM ANO”

PORTUGUESE­S Fernando Pimenta deu o exemplo numa reação unânime dos olímpicos nacionais: adiar era a única solução face à expansão da Covid-19

- CATARINA DOMINGOS AUGUSTO FERRO

Além de enaltecer a decisão do COI, o limiano do Benfica ficou aliviado por não ser preciso esperar um mês pela tomada de posição, conforme estava previsto. Telma Monteiro tem a despedida adiada

“Disseram que só daqui a quatro semanas tomariam uma decisão e era uma tortura para todos aguentar esse tempo. Foi a decisão acertada”. Foi assim que Fernando Pimenta, o melhor canoísta português de todos os tempos e um dos principais candidatos às medalhas olímpicas, recebeu a notícia da passagem dos Jogos para 2021, lembrando que “já bastava o stress próprio da preparação”, antes das dúvidas geradas pela crise do coronavíru­s.

O limiano do Benfica é um dos 34 apurados de Portugal para Tóquio’2020, tendo agora mais um ano de trabalho intenso na busca da única medalha que lhe falta num palmarés impression­ante, de 90 pódios internacio­nais. “Já são quatro anos de desgaste, para mim mais de quatro, porque trabalhei muito no ciclo do Rio ’2016. Agora vou manter o foco, a motivação e prolongar o trabalho mais um ano. É duro, mas mais duro seria se nos tirassem a oportunida­de de competir”, assumiu.

Entre palavras de alívio e aprovação, porque “a saúde está em primeiro lugar” e o único adversário do momentos e chama Covid-19, as reações de todos os atletas nacionais e federações não diferiram muito da de Pimenta. “Agora não é possível pensarem Jogos Olímpicos, está a acontecer algo muito maior do que isso”, defendeu, através das redes sociais, a judoca Telma Monteiro, que foi bronze no Rio’2016 e deverá fazer a sua despedida na capital japonesa, esperando uma festa “ainda mais bonita e mais significat­iva”.

Para o tenista João Sousa, o adiamento era “uma medida necessária para que tudo volte à normalidad­e ”, enquanto João Pereira, do triatlo, também concorda com a iniciativa histórica, caso contrário “seriam os Jogos mais injustos de sempre”, não havendo condições de treino iguais para todos. De Nélson Évora ficou uma garantia: “Em 2021, lá estaremos com o mesmo objetivo.”

34

APURADOS

Portugal já tinha 34 atletas com mínimos para os Jogos de Tóquio, mas a lista do Projeto Olímpico engloba 89, um número mais aproximado daquele que seria a comitiva nacional

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Fernando Pimenta diz que o adiamento dos Jogos foi uma decisão “acertada”

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