“VOU PARA A PRAIA DE MADRUGADA”
SURF Frederico Morais já estava na Austrália quando se deu o adiamento do circuito, no mínimo até junho, precisando de se adaptar
Este ano tinha tudo para ser um dos mais especiais do surfista de 28 anos, pelo regresso ao World Tour como residente e pela estreia nos Jogos Olímpicos. No entanto, ambos os eventos foram remarcados
Frederico Morais já se encontrava na Austrália quando a World Surf League cancelou o Corona Pro Gold Coast e, mais tarde, adiou o resto da “perna” australiana. Kikas contou a O JOGO como se sentiu. Como reagiu, primeiro, ao cancelamento do prova inicial do World Tour e, depois, ao adiamento do arranque para junho? —Foi uma frustração enorme. Sentia-me super bem preparado, estava muito contente com a minha préépoca. Cheguei à Austrália um mês antes da primeira etapa e, nas primeiras semanas, estive na Gold Coast a testar as pranchas e a trabalhar em apontamentos específicos com o meu treinador. Principalmente depois dessa semana, estava muito confiante para o início de ano. Com todo este momentum que vinha a criar para começar o ano em Snapper Rocks, foi frustrante ter de regressar a casa, mas a WSL tomou a melhor decisão possível. Este adiamento gera impaciência, nervosismo? —Tento ser uma pessoa calma, mas esta incerteza traz alguma ansiedade a toda a gente. Não sou exceção, agora é tentar lidar com tudo isto da melhor forma e a verdade é o que se está a passar no mundo é maior do que qualquer evento desportivo. Como vai continuar a preparação? —Tive de regressar a casa e agora, dentro do possível, tento manter-me consistente, de forma a estar preparado mal o World Tour recomece. De madrugada vou à praia surfar, evitando o contacto, e depois continuo em casa com a preparação física. O espírito tem de ser como se estivesse a competir e o meu ano já tivesse começado. É muito importante manter o trabalho a nível técnico e o ritmo com que estava na Austrália. Independentemente dos condicionalismos, que objetivos tinha traçado para esta época? —Tinha alguns. Um deles, o mais óbvio, era manter-me no World Tour, mas tinha outros em mente como um possível top-10. Neste momento, está tudo em standby. Como mantém a motivação? Saber que o campeonato pode recomeçar no
Rio, onde foi terceiro em 2019, ajuda? —Acredito que ainda vamos acabar 2020 de forma feliz. Seja em que etapa o World Tour recomece, a motivação vai estar a 200%. Foi um grande resultado o ano passado e seria ótimo fazer o recomeço de ano em Saquarema. Mas a verdade é que tudo isto é uma incógnita. Prefiro pensar dia a dia.
“Tenho a certeza de que juntos vamos ultrapassar este início de 2020 mais azedo e torná-lo um ano especial”
Frederico Morais
Surfista