O Jogo

CARLOS MANÉ

“Vamos conseguir ganharesta batalha”

- ANDRÉ VELOSO GOMES

Carlos Mané é um otimista por natureza, mas não tem facilitado e praticamen­te ainda não saiu de casa desde que o novo coronavíru­s foi declarado pandemia. Os treinos são feitos dentro de portas com rigor

Com a certeza de que “vamos vencer esta doença”, Carlos Mané, jogador do Rio Ave, apelou aos do futebol para que “fiquem em casa e cumpram todas as regras” e revela o que mudou na rotina como atleta.

Como têm sido estes dias de isolamento social? para não perder a forma. É muito diferente treinar em casa, mas o Rio Ave deu-nos um plano de treinos muito bom e, se todos cumprirem, quando recomeçarm­os os treinos no clube vamos estar bem preparados fisicament­e.

Sente vontade de treinar ou é complicado estando sozinho?

—Sinto vontade porque estive lesionado muito tempo e lutei muito para estar na forma em que estou agora. Numa interrupçã­o da competição como esta, não posso parar para não perder o que ganhei durante muitos anos. Tenho feito isso todos os dias, trabalhand­o forte para não perder o ritmo. É um trabalho mais direcionad­o para a vertente muscular ou também

para o cárdio?

—Na minha casa consigo trabalhar todas as vertentes de cárdio e musculação, porque posso correr e tenho aparelhos de ginásio. Estou a sentir-me bastante bem e quando voltarmos aos treinos irei estar forte, mas há jogadores estrangeir­os que não têm equipament­os em casa e é mais difícil. Mas os meus colegas tentam fazer o melhor com os equipament­os que têm para poderem voltar igualmente fortes.

Onde está a morar e com quem?

—Estou em Lisboa, mas dentro de alguns dias irei regressar a Vila do Conde e continuare­i lá o meu trabalho. Moro com a minha mulher e as minhas duas filhas e estamos a cumprir com tudo o que é pedido. Saí apenas uma vez e já foi há uma semana para fazer compras, mas agora uso uma aplicação e não preciso de ir ao supermerca­do ou à farmácia.

Como ocupa o tempo?

—Depois de acordar, tomo o pequeno-almoço, faço um treino, almoço e depois aproveito para brincar com as minhas filhas, vendo filmes e a jogar monopólio, playstatio­n, ténis de mesa ou bilhar. Temos muita coisa para fazer, mas o mais importante é mesmo estar perto da família porque é a melhor coisa da nossa vida.

Apesar de as razões não serem as melhores, este

“Na Guiné-Bissau ainda não têm bema noção”

Nascido em Portugal, Carlos Mané tem também a nacionalid­a-Bissau de da Guinéfamil­iares a v viver no país. O jogador contta ter sido informado de que “jáhá dois casos” confirmado­s, revelando que o gove erno guineense tomou “várias medidas de preveenção”. “Como têm muittas feiras, mandaram enccerrá-las todas devido a essta epidemia. Os meeus familiares já têm ficcado mais em casa e teenho tentado alertar, mmas na Guiné ainda nnão têm bem a noção ddo perigo que isto representa. Só agora começaram a ter”.

tempo em casa para os jogadores acaba por ter esse lado positivo de poder estar com a família…

—É evidente que sim porque a profissão obriga-nos a estar muitas vezes longe da família, mas claro que não queríamos que fosse por estas razões. O mais importante é conseguirm­os vencer esta doença e voltarmos ao futebol. Temos que jogar todos juntos para podermos ganhar este duelo.

Tem falado com os colegas de equipa?

—Temos um grupo no WhatsApp e vamos falando regularmen­te, perguntand­o o que cada um tem feito. Temos um grupo fantástico com bons jogadores e pessoas bastante humildes.

Sentiu que o Rio Ave lidou bem com este problema?

—Por acaso sim. Duas ou três semanas antes de o problema surgir, o treinador e os médicos do clube já nos tinham alertado, dizendo que esta doença poderia crescer imenso. Nessa altura, já não nos aproximáva­mos muito e nem nos cumpriment­ávamos com as mãos, mas sim com os cotovelos.

Em relação ao campeonato e caso a pandemia demore a passar, o que deveria ser feito?

—O campeonato deve continuar, mas o mais importante é que os jogadores estejam bem de saúde, assim como os adeptos, para poderem ir aos estádios, caso contrário será difícil continuar o campeonato, mas penso que irá tudo correr bem. Vamos conseguir ganhar esta batalha.

“O campeonato deve continuar, mas o mais importante é que os jogadores estejam bem de saúde, assim como os adeptos” “Na minha casa consigo trabalhar todas as vertentes de cárdio e musculação, porque posso correr e tenho aparelhos de ginásio” “Duas ou três semanas antes de surgir o problema, o treinador e os médicos do Rio Ave já nos tinham dito que esta doença poderia crescer imenso”

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