Proença no olho do furacão
Benfica sai da Direção da Liga, FC Porto dá bicada ao rival e NOS não renova patrocínio
“O FC Porto, nos momentos difíceis, nunca se esconde”
Francisco J. Marques
Diretor de comunicação do FC Porto
O Benfica demitiu-se da Direção da Liga, soube-se ontem, no rescaldo de uma reunião que juntou o presidente Pedro Proença com os clubes da I Liga, na véspera, a propósito do regresso do campeonato e com muita contestação à mistura-tantaqueoex-árbitro internacional fez saber ter pedido a realização de uma Assembleia Geral, marcada para 9 de junho, em que o futuro dele no cargo estará em jogo. A SAD do campeão em título, quepor altura da primeira eleição apoiou Luís Duque, o candidato derrotado - entretanto, há cerca deu mano, Proença foi reeleito sem rival e com 96 por cento dos votos - é uma das que entende que o ex-árbitro internacional terá excedido as competências, ao escrever ao presidente da República na tentativa de contar com Marcelo Rebelo de Sousa para que, em nome da saúde pública, os jogos ontem anunciados fossem transmitidos em sinal aberto. Embora os estatutos da Liga legitimem a atuação de Pedro Proença, o Benfica, segundo versões que ontem correram e não foram desmentidas, não terá encarado da melhor forma essa iniciativa e demitiu-se da Direção em que tem lugar por ser um dos três melhores classificados nas cinco épocas anteriores, tal como FC Porto e Sporting. O líder do campeonato não acompanha o rival nesta saída. “O FC Porto, nos momentos difíceis, nunca se esconde”, afirmou a O JOGO o diretor de comunicação, Francisco J. Marques.
A demissão do Benfica não coloca em causa o funcionamentod aD ireção da Liga. Caso a vaga venha a ser preenchida, cabe ao Braga, a SAD que se segue no critério dos melhores resultados - de resto, como já sucedeu no passado, quando o Sporting de Bruno de Carvalho se demitiu, mas António Salvador não quis ocupar o lugar. E foi também muito crítico sobre a ação de Proença.
No mesmo dia em que o Benfica abandonou oficialmente Proença, a NOS entendeu “ser oportuno” comunicar que não renovará o contrato de “naming” da I Liga, que termina em 2021, no final da próxima temporada.
Na batalha institucional que se avizinha,e que poderá levar a eleições antecipadas, caso o descontentamento prevaleça, na AG de 9 de junho, a Liga revelou, ontem, o estudo de uma empresa conceituada sobre a valorização comercial do patrocinador que dá nome ao campeonato (naming sponsor), que a Nielsen Sports fixa em 7,4 milhões de euros, com mais de 135 milhões de telespectadores em todo o mundo.