O Jogo

O CHORO DA DESPEDIDA NUMA VITÓRIA INGLÓRIA

Ambiente pesado no final do jogo, sobretudo para o lado dos algarvios, que marcaram dois golos e fizeram o seu papel, insuficien­te, porém, para garantir a permanênci­a

- HÉLIO NASCIMENTO

Golos de Willyan e Dener, ambos em lances de bola parada, chegaram para bater um Aves há muito condenado, mas sempre digno, em 90 minutos equilibrad­os até ao 1-0

Jogadores em lágrimas, os responsáve­is pela SAD solidários e Paulo Sérgio a distribuir conforto. Um ambiente pesadoe triste no Portimão Estádio, apesar da vitória sobre o Aves. As descidas de divisão são sempre assim, e a do Portimonen­se, que ontem se consumou, não fugiuà regra. Tondela e V. Setúbal fizeram o seu papel e, por um ponto, os algarvios não ficam entre os grandes, depois de três épocas neste patamar.

A história do jogo, se calhar o menos importante para os dois emblemas, é relegada para plano secundário, mas, todavia, há sempre qualquer coisa para contar. A começar pelo tal minuto – como sucedera nas Aves, frente ao Benfica – em que os pupilos de Nuno Manta se abstraíram do jogo e os de Paulo Sérgio trocaram a bola no seu meio-campo. Outra história de uma época em que tanto os avenses como os portimonen­ses não vão ter motivos de regozijo.

Paulo Sérgio lançou Bruno Costa para o meio-campo, mas para a posição mais recuada, como organizado­r de jogo na primeira fase de construção, permitindo que Denerfunci­onasse como segundo avançado, nas costas de Jackson. A intenção até podia ser boa, mas a entrada dos algarvios foi demasiado morna, sem velocidade, dando até a sensação de alguma descrença, que, na altura, obviamente, não podia existir. O Aves, na linha do que fez contra o Benfica em boa fatia do jogo, trocou a bola a preceito, com Reko, Ruben Oliveira e Banjaqui muito ativos e Ricardo Mangas a ameaçar. Não dispôs de oportunida­des, é verdade, mas o melhor futebol foi seu. Por falar em oportunida­des, a única de uma primeira parte para esquecer esteve na cabeça de Dener e saiu a rasar o poste.

O Portimonen­se reentrou em 4x4x2, com Vaz Té a saltar do banco para se juntar a Jackson, e as primeiras indicações foram positivas, num momento em que, porém, os resultados de Tondela e V. Setúbal eram desfavoráv­eis às pretensões dos alvinegros. O desejado golo chegou aos 62’, por Willyan, de bola parada, já com Lucas Fernandes e Anderson em campo, mas Marius e Touré não davam descanso, continuand­o o Aves, há muito conhecedor do seu destino, a fazer um jogo agradável e sereno. O 2-0 matou o jogo e o resto já foi contado.

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Após o apito final, os jogadores do Portimonen­se exterioriz­am a tristeza

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