Magia a abrir
A nova Champions entrou a todo o gás. Comparativamente, havia ricos de um lado e pobres do outro e não se notou, mas deu que pensar
Espetacular! Foi mesmo assim o arranque desta inédita fase final da Liga dos Campeões. Ganharam os ricos, estiveram muito perto de vencer os pobres, mas o principal foi o bom futebol praticado de ambos os lados. Quando se vê a bola a correr desta forma tão evoluída, a opor uma equipa de sonho, mesmo sem o deprimido Ilicic, a um plantel de estrelas milionárias, não interessa se é ou não verdade que Neymar ganha tanto como a equipa da Atlanta toda a junta, primeiro porque o brasileiro jogou muito, depois porque os italianos nunca se intimidaram e até fizeram do guarda-redes do PSG um dos melhores em campo.
Este jogo de assimetrias económicas pode continuar a produzir um futebol competitivo e bonito, assim o pensem os treinadores e executem os jogadores. Ontem viuse a qualidade como imagem de marca da Atalanta a ser capaz de assustar de morte um plantel de uma valia extraordinária, como o do PSG.
Tudo no jogo foi extraordinário, até o dramatismo dos golos franceses marcados nos descontos e de um guarda-redes substituído por lesão. Quando o PSG foi ao banco buscar Mbappé, e depois os outros, o relvado inclinou e foi aí que voltou a soar-me o alarme. A diferença neste jogo esteve na qualidade dos bancos e estamos a tratar de plantéis construídos para três substituições por jogo. Se perpetuarem as cinco alterações, os ricos vão mesmo vingar-se das vezes em que levam “totó” dos pobres e artilharem-se para mudar meia equipa por jogo. Temo que a beleza de jogos como o de ontem se torne mais rara.