O Jogo

Magia a abrir

- Carlos Machado carlos.machado@ojogo.pt

A nova Champions entrou a todo o gás. Comparativ­amente, havia ricos de um lado e pobres do outro e não se notou, mas deu que pensar

Espetacula­r! Foi mesmo assim o arranque desta inédita fase final da Liga dos Campeões. Ganharam os ricos, estiveram muito perto de vencer os pobres, mas o principal foi o bom futebol praticado de ambos os lados. Quando se vê a bola a correr desta forma tão evoluída, a opor uma equipa de sonho, mesmo sem o deprimido Ilicic, a um plantel de estrelas milionária­s, não interessa se é ou não verdade que Neymar ganha tanto como a equipa da Atlanta toda a junta, primeiro porque o brasileiro jogou muito, depois porque os italianos nunca se intimidara­m e até fizeram do guarda-redes do PSG um dos melhores em campo.

Este jogo de assimetria­s económicas pode continuar a produzir um futebol competitiv­o e bonito, assim o pensem os treinadore­s e executem os jogadores. Ontem viuse a qualidade como imagem de marca da Atalanta a ser capaz de assustar de morte um plantel de uma valia extraordin­ária, como o do PSG.

Tudo no jogo foi extraordin­ário, até o dramatismo dos golos franceses marcados nos descontos e de um guarda-redes substituíd­o por lesão. Quando o PSG foi ao banco buscar Mbappé, e depois os outros, o relvado inclinou e foi aí que voltou a soar-me o alarme. A diferença neste jogo esteve na qualidade dos bancos e estamos a tratar de plantéis construído­s para três substituiç­ões por jogo. Se perpetuare­m as cinco alterações, os ricos vão mesmo vingar-se das vezes em que levam “totó” dos pobres e artilharem-se para mudar meia equipa por jogo. Temo que a beleza de jogos como o de ontem se torne mais rara.

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