JÁ ARRASAM MESMO SEM JOGAR O TRIPLO
Com uma pressão alta que asfixiou o Famalicão e um ataque sempre intenso, a equipa de Jesus resolveu cedo e entrou na I Liga com goleada e nota artística
Em consumo interno e, ao segundo jogo, as águias mostraram outra capacidade em relação ao que fizeram com o PAOK. Taarabt e Waldschmidt, que fez boa dupla com Darwin, destacaram-se
O aviso estava dado. A eliminação da Champions era questão do passado e não iria pesar na equipa. Jorge Jesus garantira na antevisão que o plantel mantinha total confiança nas suas capacidades apesar do golpe desferido pelo PAOK, que valeu um rombo de 37 milhões de euros, e expressara o desejo de abrir a I Liga com “chave de ouro”. Melhor seria difícil. No “conforto” da I Liga, O Benfica goleou um Famalicão que raramente dispôs de oportunidades para discutir o jogo, tão alta e forte foi a pressão imposta pelo conjunto encarnado. A águia ainda não joga o triplo (o técnico promete mais), mas pelo menos ontem já arrasou, subindo a parada em relação à Grécia.
Os benfiquistas desde cedo mostraram o objetivo: dominar e chegar rapidamente ao golo. O conjunto de João Pedro Sousa, apesar de três boas saídas, que não deram em remate, sofreu com a intensidade colocada em prática pelos pupilos de Jorge Jesus. A bola começou rapidamente a rondar a baliza do ex-Benfica Zlobin e depois de duas ameaças encarnadas ao lado Waldschmidt abriu o marcador e as portas para uma entrada em pleno das águias no campeonato.
Com menos de 72 horas decorridas entre o final do jogo com o PAOK e a partida em Famalicão, Jorge Jesus optou por fazer quatro alterações no onze, refrescando a equipa e dando nova roupagem ao meio-campo e ataque. Saíram Weigl, Pizzi, Pedrinho e Seferovic e entraram Gabriel (fez de seis, recreando um miolo já testado por Bruno Lage na época passada, com Taarabt), Rafa, Waldschmidt e Darwin. A dupla mais avançada fez mesmo a sua estreia no onze – sendo que o internacional alemão fez até os primeiros minutos de águia ao peito – e apesar das poucas rotinas mostrou boa ligação. Aliás, os dois golos do camisola 10 foram oferecidos pelo ponta de lança, contratação mais cara em Portugal, face aos 24 milhões de euros investidos. Rápido, com capacidade de finalização e nível técnico e tático, Waldschmidt decidiu o jogo, sendo a estrela de um conjunto onde Taarabt esteve também em destaque: organizou o futebol benfiquista, fez circular a bola, colocou-a no espaço e esteve também em dois golos.
Perante um Famalicão em transformação, até porque perdeu várias das figuras da época 2019/20 – uma delas, Diogo Gonçalves, jogou ontem, mas do lado contrário – e também à procura de automatismos, o Benfica soube asfixiar, impedindo a equipa de João Pedro Sousa de fazer o seu futebol.
O Benfica chegou ao intervalo a vencer por três, teve várias oportunidades para aumentar ainda mais a contagem e no segundo tempo continuou sempre de olho na baliza de Zlobin. Marcou por mais duas vezes e mais podiam ter entrado. A equipa ia respondendo aos desejos vindos do banco de suplentes, onde Jorge Jesus, sempre enérgico, procurava evitar que os jogadores abrandassem o ritmo. “Vamos lá fazer mais golos”, atirava, empurrando a equipa – ainda que no final o Famalicão tenha também, além do golo, ameaçado também, por mérito de Guga e Rúben Lameiras.