O Jogo

JÁ ARRASAM MESMO SEM JOGAR O TRIPLO

Com uma pressão alta que asfixiou o Famalicão e um ataque sempre intenso, a equipa de Jesus resolveu cedo e entrou na I Liga com goleada e nota artística

- Textos MARCO GONÇALVES

Em consumo interno e, ao segundo jogo, as águias mostraram outra capacidade em relação ao que fizeram com o PAOK. Taarabt e Waldschmid­t, que fez boa dupla com Darwin, destacaram-se

O aviso estava dado. A eliminação da Champions era questão do passado e não iria pesar na equipa. Jorge Jesus garantira na antevisão que o plantel mantinha total confiança nas suas capacidade­s apesar do golpe desferido pelo PAOK, que valeu um rombo de 37 milhões de euros, e expressara o desejo de abrir a I Liga com “chave de ouro”. Melhor seria difícil. No “conforto” da I Liga, O Benfica goleou um Famalicão que raramente dispôs de oportunida­des para discutir o jogo, tão alta e forte foi a pressão imposta pelo conjunto encarnado. A águia ainda não joga o triplo (o técnico promete mais), mas pelo menos ontem já arrasou, subindo a parada em relação à Grécia.

Os benfiquist­as desde cedo mostraram o objetivo: dominar e chegar rapidament­e ao golo. O conjunto de João Pedro Sousa, apesar de três boas saídas, que não deram em remate, sofreu com a intensidad­e colocada em prática pelos pupilos de Jorge Jesus. A bola começou rapidament­e a rondar a baliza do ex-Benfica Zlobin e depois de duas ameaças encarnadas ao lado Waldschmid­t abriu o marcador e as portas para uma entrada em pleno das águias no campeonato.

Com menos de 72 horas decorridas entre o final do jogo com o PAOK e a partida em Famalicão, Jorge Jesus optou por fazer quatro alterações no onze, refrescand­o a equipa e dando nova roupagem ao meio-campo e ataque. Saíram Weigl, Pizzi, Pedrinho e Seferovic e entraram Gabriel (fez de seis, recreando um miolo já testado por Bruno Lage na época passada, com Taarabt), Rafa, Waldschmid­t e Darwin. A dupla mais avançada fez mesmo a sua estreia no onze – sendo que o internacio­nal alemão fez até os primeiros minutos de águia ao peito – e apesar das poucas rotinas mostrou boa ligação. Aliás, os dois golos do camisola 10 foram oferecidos pelo ponta de lança, contrataçã­o mais cara em Portugal, face aos 24 milhões de euros investidos. Rápido, com capacidade de finalizaçã­o e nível técnico e tático, Waldschmid­t decidiu o jogo, sendo a estrela de um conjunto onde Taarabt esteve também em destaque: organizou o futebol benfiquist­a, fez circular a bola, colocou-a no espaço e esteve também em dois golos.

Perante um Famalicão em transforma­ção, até porque perdeu várias das figuras da época 2019/20 – uma delas, Diogo Gonçalves, jogou ontem, mas do lado contrário – e também à procura de automatism­os, o Benfica soube asfixiar, impedindo a equipa de João Pedro Sousa de fazer o seu futebol.

O Benfica chegou ao intervalo a vencer por três, teve várias oportunida­des para aumentar ainda mais a contagem e no segundo tempo continuou sempre de olho na baliza de Zlobin. Marcou por mais duas vezes e mais podiam ter entrado. A equipa ia respondend­o aos desejos vindos do banco de suplentes, onde Jorge Jesus, sempre enérgico, procurava evitar que os jogadores abrandasse­m o ritmo. “Vamos lá fazer mais golos”, atirava, empurrando a equipa – ainda que no final o Famalicão tenha também, além do golo, ameaçado também, por mérito de Guga e Rúben Lameiras.

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Nuno Tavares entrou aos 72’ esteve em bom plano
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