O Jogo

DOBRADINHA À MODA DE LE MANS

Filipe Albuquerqu­e cumpriu um sonho, sendo campeão mundial de resistênci­a e subindo ao lugar mais alto do pódio nas 24 Horas, à frente de... Félix da Costa

- CARLOS FLÓRIDO

Este é o ano de ouro dos desportos motorizado­s. Se a Toyota fez o tri nas 24 Horas de Le Mans, na segunda categoria foi Filipe Albuquerqu­e a festejar a inédita dupla vitória: corrida e Mundial

Pedro Lamy já tinha dois segundos lugares à geral nas 24 Horas de Le Mans e um triunfo na quarta categoria (GTE Am), João Barbosa subira ao pódio como terceiro nos LMP2, mas Filipe Albuquerqu­e, este ano na sétima presença, e António Félix da Costa, a alinhar pela terceira vez, desesperav­am. Ontem, e provando ser este um ano de ouro dos desportos motorizado­s nacionais, todas as estrelas se conjugaram. Albuquerqu­e venceu os LMP2 – e foi quinto na geral –, o maior êxito de sempre de um português em Le Mans, e Félix ocupou a posição seguinte. Como cereja muito apetitosa, o conimbrice­nse de 35 anos garantiu matematica­mente o título mundial da sua categoria de protótipos,bastando-lheapenasa­linhar nas 8 Horas do Barém, a 14 de novembro, para poder ir levantar a medalha de ouro à gala anual da Federação Internacio­nal de Automobili­smo.

Pela primeira vez sem público – e há um ano eram 250 mil pessoas... – e numa 88.ª edição que teve a noite mais longa da história, ao não se disputar em junho, a corrida de resistênci­a mais famosa do mundo não teve grande história. A Toyota queria dar a primeira vitória ao carro número 7, mas uma mudança de turbo durante a noite lançou o 8, com Sébastien

Buemi e Kazuki Nakajima, mais o neozelandê­s Brendon Hartley no lugar que já foi de Fernando Alonso, para um terceiro triunfo consecutiv­o, um feito que só sete pilotos haviam conseguido. Foi uma despedida em glória para o Toyota TS050 Hybrid, o carro mais competitiv­o da história, que para o ano dará o lugar ao GR Super Sport, o futuro “Hypercarro” da Toyota.

Nos LMP2 a luta foi renhida, mas Filipe Albuquerqu­e, Phil Hanson e Paul di Resta estavam destinados a fazer história. Passando para a frente já de manhã, quando o outro Oreca da United Autosports, com Alex Brundle, Job van Uitert e Will Owen parou para reparar uma fuga de óleo, a equipa de Albuquerqu­e resistiu até final ao assalto do carro da JOTA Sport, com Félix da Costa, Anthony Davidson e RobertoGon­zalez,queestiver­am a 1m30 até uma paragem de Hanson os deixar a seis segundos! A cinco minutos do fim, Davidson também foi às boxes e Albuquerqu­e saltou em festa.

“Foram as 24 horas mais longas da minha vida e os últimos minutos de corrida foram de loucos. Os nervos estavam à flor da pele, um sofrimento enorme. Tínhamos feito 24 horas de sprint, o andamento foi alucinante. E faltava tão pouco para acabar com o enguiço de seis anos sem conse

“Foram as 24 horas mais longas da minha vida, com uns últimos minutos de loucos. Acabou o enguiço de seis anos”

Filipe Albuquerqu­e

Vencedor das 24H Le Mans LMP2

guir vencer. De repente a bandeira xadrez e o sonho de uma vida realizado. Que loucura!”, comentou Albuquerqu­e, que ainda terá novo desafio pela frente. Depois do título mundial e de históricas quatro vitórias consecutiv­as, agora falta-lhe vencer o Europeu de Resistênci­a, que também lidera. Poderá fazê-lo a 1 de novembro, em Portimão!

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