O Jogo

VERSÃO VINTAGE

Marega voltou a jogar sozinho no ataque e bisou

- bbb ANDRÉ MORAIS Textos

ROTINAS DO CAMPEÃO IMPUSERAM-SE NUMA SEGUNDA PARTE DEMOLIDORA

Conceição: “Tivemos momentos de alto nível”

Vasco Seabra: “Sabemos que vamos ter dores de cresciment­o”

Entre a equipa que menos mudou por comparação com a época passada e a que mais revolucion­ou o seu plantel há uma série de diferenças, a começar por essa. Nem na luta a pantera equilibrou o dérbi

O FC Porto foi mais tudo no primeiro dérbi da época e goleou o candidato de pré-época a surpresa da Liga sem qualquerti pode dificuldad­e, apesar de os primeiros 45 minutos não terem sido, propriamen­te, um passeio. Ainda assim, já se sentia, nesse período, que a defesa do Boavista podia ceder a qualquer momento e que, a acontecer cedo, dificilmen­te o resultado ficaria desnivelad­o por baixo. A familiarid­ade com que o campeão nacional joga explica o triunfo simplifica­do. A goleada vem do saco roto que a defesa boavisteir­a mostrou ser. Apesar de já não ter fundo, esta pareceu sempre piorar...

O dérbi teve muito pouco daquilo que nos habituou. Mais porque não houve equilíbrio do que pela falta de público. Só durante os primeiros 20 a 25 minutos o Boavista conseguiu chegar-se à frente. Mas, por cada vez que o fez, abriu um buraco a que o FC Porto se foi, decisivame­nte, habituando. E em ataque organizado ou em contra-ataque, os azuis e brancos superioriz­aram-se de forma muito natural: mais físicos, mais técnicos, mais rápidos, mais intensos. Em suma, muito superiores e numa excelente dinâmica coletiva que transitado fim de 2019/20, afinadapel­o momento de jogadores como Coro na, Ma rega, Otávio, Sérgio Oliveira ou o renovado Manafá. Do lado do Boavista, apenas Gustavo Sauer e Paulinho transitara­m da época passada...

Como já escrevemos, só a primeira metade do primeiro tempo teve algum pendor do Boavista. Essencialm­ente, porque a mobilidade do trio que jogou nas costas de Benguché baralhou o trabalho dos três médios portistas e obrigou Corona e Otávio a ajustar. Depois do encaixe, Sérgio Conceição tratou de desmontar o rival com o adiantamen­to dos laterais para que Corona e Otávio chegassem a posições mais interiores. Sem chão, Gómez e Rami (já lá vamos) precisaram da ajuda de Javi Garcia. Sérgio Oliveira ocupou estrategic­amente esse buraco e nunca mais o FC Porto deixou de atacar em inferiorid­ade. Aliás, a dinâmica do médio foi importante ainda na primeira parte: primeiro ao conduzir um contra-ataque que Uribe terminaria com remate ao poste, depois, com uma ou outra bola parada a contribuir para acentuar o domínio. Na segunda, fez ainda mais a diferença.

Com o cresciment­o portista, a fragilidad­e que a defesa boavisteir­a já revelara na Madeira ficou cada vez mais exposta. E o golo de Corona, logo a abrir a segunda parte, rompeu definitiva­mente o saco. Os segundos 45 minutos são iguais: o FC Porto a esmagar, completame­nte instalado nomeio-campo do rival, e este estica dono campo todo à procura de confirmar o potencial ofensivo que tem, esquecendo-se de que o defensivo não serve, nesta altura, para que a equipa tente ser audaz e jogar olhos nos olhos com equipas superiores. O menino Jesus Gómez (18 anos) foi, como na Madeira, muito inferior ao nível que aI Liga exige. Rami não se mostrou em condições físicas aceitáveis e qualquer bola que entrou no espaço central foi uma fonte de problemas.

Já com Luis Díaz em campo, o FC Porto reforçou o vendaval ofensivo. E não tanto pela boa entrada do colombiano, mas porque Otávio, no meio, multiplica soluções. Deu para tudo e para golos de todos os feitios: ora de bola corrida, ora de bola parada (e que bem trabalhado o 4-0, a começar em Sérgio Oliveira e a terminar em Marega), pelas alas e pelo espaço central, em apoio ou com bola nas costas. E até para reforçara con- fiança em Ta remi eZaiduco mo os dois reforços mais úteis nesta fase e devolver Romário Baró às opções.

O campeão respira confiança e, ainda que por um golo apenas, subiu à liderança da Liga já depois de resolvidos dois dos jogos que teoricamen­te faziam deste arranque uma potencial montanha de alta dificuldad­e.

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