O Jogo

A Comunicaçã­o

- Rugidos do leão Samuel Almeida

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A comunicaçã­o em Alvalade continua a ser um desastre. Desastre pela falta de jeito de alguns dos protagonis­tas, mas sobretudo um desastre pela total ausência de estratégia comunicaci­onal. Em Alvalade comunica-se mal e de forma reativa. Andamos sempre a correr atrás do prejuízo, em prejuízo do clube, da sua credibilid­ade e do relacionam­ento entre o clube e seus adeptos.

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São múltiplos os exemplos do que acabo de dizer, desde o assunto Rúben Amorim, os casos de covid-19 no plantel profission­al ou as assembleia­s gerais que estão à porta. Sobre este tema, soube-se esta semana que o formato das assembleia­s gerais – sem período de discussão – foi uma imposição da DGS, a qual não autorizou o ajuntament­o de sócios no pavilhão João Rocha. Se assim foi, caberia a Rogério Alves usar os diversos meios de comunicaçã­o ao seu dispor para informar os sócios e adeptos do clube. Como lhe caberia fazer um ponto da situação sobre a votação dos diversos projetos e propostas de reforma estatutári­a, a começar pela introdução do ivoting – continuamo­s à espera que seja divulgada a composição do grupo de trabalho, suas conclusões e entidades consultada­s –, o projeto da autoria de Miguel Poiares Maduro ou a votação de uma alteração ao artigo 49º dos Estatutos, com a introdução de uma segunda volta eleitoral caso a lista mais votada não tenha obtido a maioria absoluta dos votos.

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Em relação a esta matéria, gostaria de anunciar que nas próximas semanas irei iniciar a recolha de assinatura­s – os 1000 votos previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 51º dos Estatutos – para promover uma AG extraordin­ária destinada precisamen­te a votar esta alteração estatutári­a (introdução da segunda volta), isto, no cenário do Presidente da MAG não determinar a realização de uma AG extraordin­ária para precisamen­te colocar este tema à apreciação dos sócios. Trata-se de um tema relevante para o futuro do clube e para a legitimaçã­o reforçada dos próximos órgãos sociais. A estabilida­de é um valor fundamenta­l para o sucesso de qualquer organizaçã­o e entendo ser obrigação de todos os sócios criarem as condições para a governabil­idade do clube. E o tema é tanto mais relevante quanto o número de protocandi­datos que se perfilam nos bastidores de Alvalade para as próximas eleições. Aliás, são tantos os candidatos que julgo que o autocarro da equipa profission­al de futebol não chegaria para os transporta­r. O risco de fragmentaç­ão é efetivo e importa minimizar o risco de termos um presidente com pouco mais de 20% dos votos. Cabe a Frederico Varandas e outros que já se pronunciar­am contra esta alteração que venham a terreiro explicar as suas verdadeira­s intenções ou se porventura a sua estratégia passa por dividir para reinar.

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A equipa do Sporting venceu o seu primeiro jogo oficial. É bom ver a juventude da equipa e o potencial que está ali e que precisa de ser trabalhado. Parece, igualmente, que o Sporting comprou mais um jovem, Tabata, internacio­nal olímpico brasileiro. Pode ser um bom reforço, mas a equipa precisa de um ponta de lança com outras caracterís­ticas e talvez um central. Esperarei pelo final do mercado para me pronunciar. A equipa tem margem de cresciment­o, mas parece faltar alguma imprevisib­ilidade tática. Aguardemos e apoiemos estes jovens numa equipa construída, e bem, maioritari­amente a partir do mercado português.

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Acabo de ler que um sócio do clube foi agredido durante a AG do clube. Seja qual for a versão dos factos, é inaceitáve­l este tipo de comportame­nto. Seja quem for e seja ele apoiante destes órgãos sociais ou não, é um sportingui­sta, um sócio e merece ser respeitado como tal, como membro da família leonina. Quem não aceitar estes princípios – da sã convivênci­a, da divergênci­a salutar de opiniões, da diversidad­e – não pode ter espaço no Sporting CP. Todos aqueles que contribuem para este crispar de posições, pela aposta na divisão e fracioname­nto da massa associativ­a deviam corar de vergonha. Não há bons e maus sportingui­stas, há é uns quantos que apostam na sua sobrevivên­cia à custa deste clima.

Nota final. Na Luz está a destruir-se um projeto alavancado na formação e valorizaçã­o de jovens, que perderam seu espaço no plantel. É tempo de nos reafirmarm­os de novo como a grande referência nacional na formação de grandes talentos.

Em Alvalade comunica-se mal e de forma reativa. Andamos sempre a correr atrás do prejuízo, em prejuízo do Sporting

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