O Jogo

A VOLTA DO RIGOR

Seleção Nacional não alinha na Edição Especial que parte hoje de Fafe, devido a um caso de covid-19. W52-FC Porto e Efapel são favoritas, mas dar o exemplo é o mote

- CARLOS FLÓRIDO

A W52-FC Porto tem João Rodrigues e Amaro Antunes, a Efapel leva Jóni Brandão e o Louletano com Vicente García, mas o arranque já tem vítimas da pandemia: só alinham 98, um mínimo deste século

Diogo Barbosa tem 20 anos e ia fazer a estreia na Volta a Portugal, superando o seu pai, Cândido Barbosa, que só iniciou aos 22 uma história fantástica de 25 etapas ganhas e três pódios finais. Mas hoje não estará em Fafe, pois um teste positivo a covid-19 de João Salgado obrigou todos os sete ciclistas da Seleção Nacional de sub-23 a fazer quarentena – por decisão da delegada de Saúde da Anadia, onde a equipa estagiava – e reduziu o pelotão a 98 corredores, um mínimo desde que alinharam 65 em 1984. Como sinal positivo ficará apenas o rigor que rodeia a Edição Especial da Volta a Portugal, decidida a ir de Fafe a Lisboa, entre e 5 de outubro, escapando à pandemia e seguindo o exemplo da Volta a França.

Organizada pela Federação Portuguesa de Ciclismo, a Volta mais tardia da história será diferente no percurso, ao concentrar as dificuldad­es montanhosa­s nas primeiras quatro de oito etapas, o que significa poder estar encontrado o vencedor já na próxima quintafeir­a, quando se subir da Covilhã à Torre, depois de já se ter escalado a Santa Luzia em Viana e a Senhora da Graça em Mondim de Basto. A incógnita será saber se ninguém consegue marcar diferenças que sejam anuláveis no contrarrel­ógio de 17,7 km em Lisboa, embora as equipas alinhem com outra dúvida: mesmo sendo esta a Volta mais curta da história – apenas 1183,9 quilómetro­s – como aguentarão os corredores após uma épocainter­rompidaemm­arço e reduzida ao dia do Campeonato Nacional e a dois do GP de Torres Vedras antes do maior compromiss­o do ano? Nunca a preparação foi tão curta.

Será entre um rígido protocolo sanitário, que impedirá o público de estar nas chegadas e até aos jornalista­s obrigará a algum distanciam­ento e uma análise diária ao evoluir da forma que as nove equipas nacionais tentarão discutir uma corrida com o favorito habitual, a W52-FC Porto, a procurar fazer história. A equipa que ganha desde que, em 2013, foi criada em Sobrado, tentará fazer o penta desde que veste de azul e branco, um feito inédito no historial, depois de há um ano o triunfo de João Rodrigues ter igualado o tetra que era exclusivo dos portistas nos anos de 1960 e do Tavira na década passada. Como maiores opositores estarão a Efapel, mais forte como equipa mas novamente liderada por Jóni Brandão, e talvez o Aviludo-Louletano, se Vicente García de Mateos estiver na forma que exibiu nos nacionais espanhóis.

“O objetivo é ganhar a Volta a Portugal, tentando fazer com que seja como nos outros anos, ou parecido” Nuno Ribeiro Diretor desportivo W52-FC Porto

“É mais um ano em que o Vicente García de Mateos poderá andar na discussão. Há um ano teve o azar de apanhar uma virose” Jorge Piedade Diretor desportivo AviludoLou­letano

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André Carvalho iria liderar uma Seleção Sub-23 que foi colocada de quarentena e não vai alinhar
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