Nem a trivela desfez o nulo
Vila-condenses acusaram desgaste contra um Vitória sem ponta de lança
Bem povoado no meiocampo e com Edwards e Quaresma abertos no ataque, o Vitória dominou a partida, não se livrando, porém, de alguns sustos provocados pelos visitados
Em plena fase de afinações, o V. Guimarães está melhor, mas ainda não consegue bater adversários do seu nível, como é o europeu Rio Ave. Atendendo a que o adversário vinha de um desgastante jogo com o Besiktas, a deslocação a Vila do Conde afigurava-se como uma oportunidade de ouro para somar a primeira vitória no campeonato e Tiago Mendes tentou agarrá-la da melhor forma possível, procedendo a uma interessante revolução: titulares contra o Belenenses, na jornada inaugural, Mumin, Jonas Carls, Pepelu, Lyle Foster e Rochinha deram os lugares a Suliman, Sílvio, Mikel, Poha e Quaresma e a equipa espalhou-se em campo em 4x4x2, com Edwards e o “Mustang” bem abertos e a convidarem os companheiros do meiocampo para se aventurarem na frente. Assistiu-se a um carrossel interessante, quase vertiginoso para o Rio Ave (ainda a acertar os fusos horários das andanças na UEFA), ao qual até aderiu Mikel Agu, mas foi demasiado evidente a falta de uma referência na área, e a entrada de Bruno Duarte pecou por tardia.
Na prática, a genialidade dos dois extremos não bastou para abater os vila-condenses, que tudo fizeram para cortar o ritmo de jogo de modo a não serem apanhados na curva por um Vitória a alta velocidade; nem o tal compromisso de todos participarem no processo ofensivo mexeu verdadeiramente com as fundações da defesa contrária, sempre apoiada pelos médiosJambor, um todo o terreno que parece levar tudo à frente, e Tarantini, que, apesar de já ser um trintão, tem energia parada revender, razão pela qual foi incluído no grupo restrito dos que mantiveram a titularidade depois da partida disputada em Istambul – os outros eram Kieszek, Ivo Pinto, Aderllan Santos e Carlos Mané. Mário Silva refrescou, na verdade, a equipa e o Vitória até chegou a passar por calafrios em ações de Carlos Mané, Diego Lopes eGab ri elzinho. Só na ponta final do jogo, já com Rochinha e Bruno Duarte em campo, é que o Vitória esteve próximo de ferir os vila-condenses. Tudo espremido, foi um nulo total.