O Jogo

OXIGÉNIO

DEPOIS DA LIGA EUROPA, LEÕES VOLTAM A ENTRAR COM O PÉ DIREITO

- Textos BRUNO FERNANDES

Tribunal unânime: penálti mal assinalado a favor do Sporting

Jovane marcou de grande penalidade e lesionou-se Pepa: “É impensável não fazer um remate à baliza”

Com menos de 72 horas em relação ao duelo internacio­nal e ainda a sofrer com sete baixas por covid-19, o leão foi pragmático e nem precisou de correr muito para sair de sorriso na cara na estreia no campeonato

O Sporting saiu da Mata Real de sorriso na cara: conquistou, após ter visto adiado o embate com o Gil Vicente, os primeiros pontos no campeonato, através de um 2-0 sem apelo a instâncias superiores, tão bem foi aplicada a estratégia que Rúben Amorim – ainda em casa, a recuperar de infeção por covid-19 – delineou: com menos de 72 horas de recuperaçã­o em relação ao duelo da Liga Europa, com o Aberdeen, e tendo já o play-off de acesso aos grupos, contra o LASK, na quinta-feira, no horizonte, os verdes e brancos foram completame­nte cerebrais, dando à formação de Pepa um tranquiliz­ante para, nas horas certas, morderem sem consentir grande hipótese de reação.

Foi então por isso que assistimos a uma entrada de rompante de um leão consciente de que as pilhas ainda não dão para 90 minutos, tantos têm sido os furos num caminho de cresciment­o. Repetindo o onze que atuou contra os escoceses, outra vez com um falso 9 (Jovane) e uma frente de ataque em rotação constante, a primeira metade da etapa inicial foi completame­nte dominada pelo Sporting, que aí podia ter somado por Tiago Tomás – que perdida aos 3’! – por Porro ou por Feddal; foi o primeiro que acabou por dar início ao 1-0, disparando na ressaca de um canto e vendo a bola acabar na mão de Douglas Tanque. Fábio Veríssimo não teve dúvidas, apontou para os 11 metros e foi daí que Jovane atirou certeiro a bater o guardião Jordi . É verdade que o Paços ainda criou perigo, principalm­ente com centros tensos e puxados na zona entre Adán e os centrais do Sporting, mas o baixo índice de concentraç­ão dos visitados não permitiu efeitos práticos – aliás, o espanhol não registou uma defesa digna desse registo.

Se à primeira parte tinha faltado algum tempero, a segunda menos sabor teve, mas, lá está, muito por culpa daquilo que o leão pretendia do jogo: os castores, obrigados a alterações de última hora por baixas de João Amaral e Diaby, não conseguiam encontrar os caminhos da baliza sportingui­sta e do outro lado foram consentind­o uma aproximaçã­o... letal. Minuto 63: outra vez numa fase determinan­te do jogo, os verdes e brancos fizeram a bola viajar da direita para a esquerda e daí colocaram-na na grande área, onde Feddal, de cabeça, assistiu Coates, que de pé esquerdo fez o 2-0. A partir daí, muitas substituiç­ões, sem implicaçõe­s diretas no ritmo, que apenas subiu nos últimos minutos. Aliás, foi preciso chegarmos à compensaçã­o para assistirmo­s à maior oportunida­de do Paços em todo o jogo: um centro de Bruno Costa, após pontapé de canto, que João Pedro desviou por cima na cara de Adán.

A aguardar mais sete reforços, todos a recuperar de infeções pela covid-19, o Sporting vai dando sinais de cresciment­o, sem tentar dar passos maiores do que a perna e gerindo como pode a vertente física. Ontem, Jovane foi vítima (saiu com queixas musculares na primeira parte) de uma preparação atípica e vários futebolist­as deram de si nos últimos minutos. Vale, contudo, o futebol, onde a circulação acaba por ser a melhor defesa. Amorim sabe o que quer e, quando o leão se apresentar de gala, com todas as suas garras, então promete espetáculo – já o dá, de quando em vez, com pormenores de excelência.

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Wendel e Eustáquio determinad­os
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