A outra grandeza aos soluços
Filipe Alexandre Dias
D uas jornadas. Só duas. Pouco campeonato ainda. Muito pouco. Mas antes de haver campeonato com jornadas, já se tinha jogado o da imagem – uma liga à parte e cada vez mais concorrida – e aí os grandes do Minho (notícia só para quem anda desatento!) ganharam de goleada, mostrando que têm gente do alto também no “backroom”. Cada vez mais bem estruturados e a darem uma “bigodaça” a qualquer dos três maiores na dimensão, Braga com a apresentação “Top Gun” de Gaitán, e V. Guimarães, com a introdução afonsina de Quaresma ao antigo Condado Portucalense, marcaram dois golões do meio da rua que nem deixaram pêlo na gateira, mostrando que há muitos vetores capazes de engrandecer uma instituição. Mas os pontos contam. Os pontos doem. Os pontos custam a alcançar. Os pontos mandam sempre no fim. Por mais barroco, talentoso, refrescante e competente que se seja na arte de comunicar. Nas grandezas do Minho – com a devida licença aos seus outros ilustres representantes –, a coisa começou à maneira do demónio para desapontamento dos seus e da crítica. Com duas derrotas nas duas primeiras rondas, os arsenalistas de Carvalhal estão na primeira (mas prematura...) linha da desilusão. Sem vitórias e sem golos, os vimaranenses levaram o primeiro ponto de Vila do Conde, embora a trivela de Ricardo Quaresma pedisse mais. Os comandos técnicos refrescados de uma e outra equipa tombaram mal meteram o pé no chão que já era a doer e por isso os sobrolhos se franzem. Certo é que tanto na Pedreira como no D. Afonso Henriques a fasquia está mais elevada e, quando assim é, a areia na ampulhetas da paciência parece descer mais rápido. Se as vitórias não surgirem rápido, não há comunicação que valha. Isso é certo. São só duas jornadas. Só duas. Há muito, quase todo o campeonato pela frente. Tudo verdade, mas esta gente nossa tende a viver muito o momento... e de terem memória as massas não podem ser acusadas.