O Jogo

Exame em pleno vendaval

Sossego financeiro e político depende do apuramento para a Liga Europa

- RUI MIGUEL GOMES

Reforço Pedro Gonçalves é opção

Em caso de derrota, a SAD, sabe O JOGO, poderá ter de refazer as suas contas no que diz respeito a saídas do clube, seja na presente janela de transferên­cias como até ao final do exercício em curso

O LASK Linz é o primeiro grande exame da temporada para o Sporting presidido por Frederico Varandas e comandado pelo técnico Rúben Amorim e o mesmo, segundo O JOGO apurou, é mesmo visto com apreensão em Alvalade, devido aos impactos de um eventual resultado negativo perante uma equipa que, na última temporada, criou inúmeras dificuldad­es em Lisboa – pese a derrota por 2-1 – e venceu os leões de forma clara na Áustria por 3-0.

As preocupaçõ­es são, desde logo, políticas, isto num momento em que Frederico Varandas vê uma espécie de retoma do fluxo de contestaçã­o ao seu trabalho. As duas recentes assembleia­s gerais – uma do clube, em que foi chumbado por mais de três mil associados o relatório e contas do ano transato e o plano de atividades para o próximo, outra da SAD, anteontem, em que vários acionistas levantaram a voz perante a gestão da sociedade, afirmando mesmo que o líder da mesma não tem capacidade para o fazer –, colocam o dirigente máximo e a sua equipa perante uma pressão elevada, que transborda igualmente para o aspeto financeiro. Se uma eliminação no play-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa deitar por terra o objetivo mínimo em termos europeus, a verdade é que o mesmo terá necessaria­mente efeitos financeiro­s na SAD, mesmo não sendo as receitas ao nível do que se praticam na Liga dos Campeões. É que, pese o diferencia­l para a prova milionária, no Sporting na campanha da última temporada na prova arrecadou pouco mais de 10 milhões de euros (M€), mesmo tendo atingido apenas os 16 avos de final, caindo perante os turcos do Basaksehir. Senão vejamos: 5,7 M€ pelo apuramento para a fase de grupos; cerca de 2,2 M€ pela performanc­e desportiva na mesma fase da competição; 1 M€ por aceder à fase seguinte da competição e 1 M€ pelo market pool. Ora, num exercício em que a SAD apresentou 12,5 M€ de resultado líquido positivo em que não foi incluído o valor a pagar pelo treinador Rúben Amorim ao Braga, montante base de 10 M€ que chegou a mais 2 M€, se fossem retirados os valores provenient­es da UEFA o saldo seria manifestam­ente negativo numa sociedade que está em retração em termos financeiro­s. Aliás, de acordo com informaçõe­s recolhidas pelo nosso jornal, um insucesso no encontro desta noite perante o LASK Linz poderá levar a mesmo à necessidad­e de um maior encaixe financeiro com a venda de jogadores, abrindo as portas a mais do que uma saída até ao fecho do mercado ou, no limite, final do exercício em curso.

Treinador faz prova de vida

Se em termos políticos e financeiro­s o quadro poderá ser complexo, para o próprio treinador Rúben Amorim o cenário é igualmente de pressão elevada. Com um plantel por si construído, em que lhe foi dada carta branca para determinar os jogadores com os quais pretende trabalhar, isto, claro, de acordo com as limitações financeira­s do clube, que, mesmo assim, já assegurou jogadores como Pedro Gonçalves ou Nuno Santos, pretendido­s pelo FC Porto, ou Bruno Tabata, desejado pelo Braga, e que representa­ram um investimen­to de 15 M€ – por partes do passe e com pagamentos parcelados ao longo das próximas épocas –, a expectativ­a para que consiga

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal