Exame em pleno vendaval
Sossego financeiro e político depende do apuramento para a Liga Europa
Reforço Pedro Gonçalves é opção
Em caso de derrota, a SAD, sabe O JOGO, poderá ter de refazer as suas contas no que diz respeito a saídas do clube, seja na presente janela de transferências como até ao final do exercício em curso
O LASK Linz é o primeiro grande exame da temporada para o Sporting presidido por Frederico Varandas e comandado pelo técnico Rúben Amorim e o mesmo, segundo O JOGO apurou, é mesmo visto com apreensão em Alvalade, devido aos impactos de um eventual resultado negativo perante uma equipa que, na última temporada, criou inúmeras dificuldades em Lisboa – pese a derrota por 2-1 – e venceu os leões de forma clara na Áustria por 3-0.
As preocupações são, desde logo, políticas, isto num momento em que Frederico Varandas vê uma espécie de retoma do fluxo de contestação ao seu trabalho. As duas recentes assembleias gerais – uma do clube, em que foi chumbado por mais de três mil associados o relatório e contas do ano transato e o plano de atividades para o próximo, outra da SAD, anteontem, em que vários acionistas levantaram a voz perante a gestão da sociedade, afirmando mesmo que o líder da mesma não tem capacidade para o fazer –, colocam o dirigente máximo e a sua equipa perante uma pressão elevada, que transborda igualmente para o aspeto financeiro. Se uma eliminação no play-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa deitar por terra o objetivo mínimo em termos europeus, a verdade é que o mesmo terá necessariamente efeitos financeiros na SAD, mesmo não sendo as receitas ao nível do que se praticam na Liga dos Campeões. É que, pese o diferencial para a prova milionária, no Sporting na campanha da última temporada na prova arrecadou pouco mais de 10 milhões de euros (M€), mesmo tendo atingido apenas os 16 avos de final, caindo perante os turcos do Basaksehir. Senão vejamos: 5,7 M€ pelo apuramento para a fase de grupos; cerca de 2,2 M€ pela performance desportiva na mesma fase da competição; 1 M€ por aceder à fase seguinte da competição e 1 M€ pelo market pool. Ora, num exercício em que a SAD apresentou 12,5 M€ de resultado líquido positivo em que não foi incluído o valor a pagar pelo treinador Rúben Amorim ao Braga, montante base de 10 M€ que chegou a mais 2 M€, se fossem retirados os valores provenientes da UEFA o saldo seria manifestamente negativo numa sociedade que está em retração em termos financeiros. Aliás, de acordo com informações recolhidas pelo nosso jornal, um insucesso no encontro desta noite perante o LASK Linz poderá levar a mesmo à necessidade de um maior encaixe financeiro com a venda de jogadores, abrindo as portas a mais do que uma saída até ao fecho do mercado ou, no limite, final do exercício em curso.
Treinador faz prova de vida
Se em termos políticos e financeiros o quadro poderá ser complexo, para o próprio treinador Rúben Amorim o cenário é igualmente de pressão elevada. Com um plantel por si construído, em que lhe foi dada carta branca para determinar os jogadores com os quais pretende trabalhar, isto, claro, de acordo com as limitações financeiras do clube, que, mesmo assim, já assegurou jogadores como Pedro Gonçalves ou Nuno Santos, pretendidos pelo FC Porto, ou Bruno Tabata, desejado pelo Braga, e que representaram um investimento de 15 M€ – por partes do passe e com pagamentos parcelados ao longo das próximas épocas –, a expectativa para que consiga