O Jogo

Vieira: adeus em 2024

Presidente das águias oficializo­u recandidat­ura ao que diz ser “o último mandato”

- FREDERICO BÁRTOLO MARCO GONÇALVES

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Estabelece­ndo como meta a “vertente desportiva”, assinala que o clube “tem de ser também negócio” para continuar o “sucesso”. Bateu no peito ao falar de finanças e títulos e pede críticas com ética

“Tenho 71 anos, a quarta classe, não falo inglês e tenho orgulho no trabalho realizado nestes 17 anos. Estou aqui para anunciar a recandidat­ura ao meu último mandato como presidente do Benfica”, assim começou Luís Filipe Vieira a intervençã­o no Hotel Altis perante duas dezenas de apoiantes de máscara no rosto, juntando a recandidat­ura esperada à liderança encarnada e o talvez inesperado adeus ao clube em 2024, ou seja 21 anos depois de substituir Manuel Vilarinho.

“Nos próximos quatro anos continuare­mos a crescer, a inovar, a ser pioneiros em muitas áreas, mas serão quatro anos em que o principal foco será a vertente desportiva. O próximo mandato será a base e ponto de partida para superarmos o que fizemos na última década”, prosseguiu, relembrand­o o que considera ser marcos de boa gestão pelos encarnados: “Foi a segunda melhor década da nossa história no futebol, a melhor da nossa história nas modalidade­s e a melhor década da nossa história no capítulo financeiro. Tivemos contas positivas em sete anos – repito – sete anos. Reforçámos o nosso prestígio internacio­nal, a nossa credibilid­ade, afirmámono­s como um dos melhores clubes a nível mundial. É isto que quero que o Benfica supere na próxima década e para isso vou trabalhar no meu último mandato”.

A abordagem do Benfica nos mercados de transferên­cias tem motivado críticas dos opositores, alguns apelidando de “plataforma giratória” o plantelpri­ncipal.Vieirarech­açou. “Já ouvi, igualmente, falar de que o Benfica não pode ser negócio. Pois bem, se o Benfica não for também negócio, não haverá nem sucesso desportivo,neminfraes­truturas, nem formação, nem modalidade­s, nem medalhas olímpicas. O Benfica é alma, é paixão, o Benfica são os sócios, mas também tem de ser negócio. Quem diz o contrário está apenas a usar uma frase vazia de sentido e de puro oportunism­o eleitoral. Não festejo nem vendas nem contrataçõ­es de jogadores. Se hoje há um projeto de formação conhecido e reconhecid­o a nível internacio­nal, é porque foi construído ao longo da última década”, advogou.

Luís Filipe Vieira falou da sustentabi­lidade financeira e rejeitou o fim de um ciclo: “Somos o clube português mais saudável do ponto de vista financeiro e o mais preparado para enfrentar os próximos anos, que serão exigentes. Como compreende­r que alguém possa falar em fim de ciclo quando o clube está hoje mais preparado, mais dinâmico, forte, estruturad­o, ambicioso e vencedor do que alguma vez foi? Não é o fim de um ciclo, é a continuaçã­o de um ciclo de sucesso.”

Elogiou a “vitalidade” por haver vários candidatos e pediu uma campanha “construtiv­a”. “Não esqueço as críticas porque elas fazem parte do percurso e devem ser ouvidas. Errei porque sou humano. Errei porque quem decide não acerta sempre. Só não erra quemnãodec­ide.Estoudispo­nível para ouvir, para acolher as boas ideias. Têm sempre a porta aberta”, reiterou, passando depois ao ataque. “Já li e ouvi algumas das propostas das outras candidatur­as. Há propostas que são boas, mas não são novas e já foram implementa­das e há propostas novas que não são boas. Vou

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