Vieira: adeus em 2024
Presidente das águias oficializou recandidatura ao que diz ser “o último mandato”
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Estabelecendo como meta a “vertente desportiva”, assinala que o clube “tem de ser também negócio” para continuar o “sucesso”. Bateu no peito ao falar de finanças e títulos e pede críticas com ética
“Tenho 71 anos, a quarta classe, não falo inglês e tenho orgulho no trabalho realizado nestes 17 anos. Estou aqui para anunciar a recandidatura ao meu último mandato como presidente do Benfica”, assim começou Luís Filipe Vieira a intervenção no Hotel Altis perante duas dezenas de apoiantes de máscara no rosto, juntando a recandidatura esperada à liderança encarnada e o talvez inesperado adeus ao clube em 2024, ou seja 21 anos depois de substituir Manuel Vilarinho.
“Nos próximos quatro anos continuaremos a crescer, a inovar, a ser pioneiros em muitas áreas, mas serão quatro anos em que o principal foco será a vertente desportiva. O próximo mandato será a base e ponto de partida para superarmos o que fizemos na última década”, prosseguiu, relembrando o que considera ser marcos de boa gestão pelos encarnados: “Foi a segunda melhor década da nossa história no futebol, a melhor da nossa história nas modalidades e a melhor década da nossa história no capítulo financeiro. Tivemos contas positivas em sete anos – repito – sete anos. Reforçámos o nosso prestígio internacional, a nossa credibilidade, afirmámonos como um dos melhores clubes a nível mundial. É isto que quero que o Benfica supere na próxima década e para isso vou trabalhar no meu último mandato”.
A abordagem do Benfica nos mercados de transferências tem motivado críticas dos opositores, alguns apelidando de “plataforma giratória” o plantelprincipal.Vieirarechaçou. “Já ouvi, igualmente, falar de que o Benfica não pode ser negócio. Pois bem, se o Benfica não for também negócio, não haverá nem sucesso desportivo,neminfraestruturas, nem formação, nem modalidades, nem medalhas olímpicas. O Benfica é alma, é paixão, o Benfica são os sócios, mas também tem de ser negócio. Quem diz o contrário está apenas a usar uma frase vazia de sentido e de puro oportunismo eleitoral. Não festejo nem vendas nem contratações de jogadores. Se hoje há um projeto de formação conhecido e reconhecido a nível internacional, é porque foi construído ao longo da última década”, advogou.
Luís Filipe Vieira falou da sustentabilidade financeira e rejeitou o fim de um ciclo: “Somos o clube português mais saudável do ponto de vista financeiro e o mais preparado para enfrentar os próximos anos, que serão exigentes. Como compreender que alguém possa falar em fim de ciclo quando o clube está hoje mais preparado, mais dinâmico, forte, estruturado, ambicioso e vencedor do que alguma vez foi? Não é o fim de um ciclo, é a continuação de um ciclo de sucesso.”
Elogiou a “vitalidade” por haver vários candidatos e pediu uma campanha “construtiva”. “Não esqueço as críticas porque elas fazem parte do percurso e devem ser ouvidas. Errei porque sou humano. Errei porque quem decide não acerta sempre. Só não erra quemnãodecide.Estoudisponível para ouvir, para acolher as boas ideias. Têm sempre a porta aberta”, reiterou, passando depois ao ataque. “Já li e ouvi algumas das propostas das outras candidaturas. Há propostas que são boas, mas não são novas e já foram implementadas e há propostas novas que não são boas. Vou