Um pódio rápido de mais
VUELTA Dan Martin venceu e terminou um jejum de dois anos, com Roglic e Carapaz a mostrarem serem mais fortes
Rui Costa perdeu 11 minutos e já não há portugueses a pensar nos primeiros lugares da geral de uma corrida que pode ter hoje uma “folga” e ficou sem o Tourmalet, por bloqueio dos franceses
Três finais duros em três dias e aí está uma Volta a Espanha reduzida a cinco homens capazes de lutar pelo pódio final e apenas um deles deixando dúvidas quanto ao seu desempenho nas duas semanas que ainda faltam: Dan Martin, ontem vencedor na Laguna Negra de Vinuesa, já não erguia os braços desde o Tour de 2018 e não se sabe se resistirá a Enric Mas ou Hugh Carthy. Quanto à dupla que terminou na roda do irlandês, essa intimida: Primoz Roglic, líder mundial, tem um triunfo e dois segundos lugares em três dias, exibindo-se de novo de forma intimidante, enquanto Richard Caparaz leva três finais na sombra do esloveno.
Ontem, e com Chris Froome a ditar o ritmo no início dos 8,6 quilómetros de escalada final, a seleção nem foi demasiado demolidora, mas apenas 22 corredores entraram no mesmo minuto. Entre eles não estava nenhum dos cinco portugueses, pois Ricardo Vilela foi o melhor, em 66.º, a sete minutos. Rui Costa, perdendo 11 minutos, baixou a 32.º da geral e vai agora dedicar-se à luta por etapas, pois a UAE Emirates, com David de la Cruz em 12.º, já não aspira a muito. E Nelson Oliveira, ao serviço de Enric Mas, na Movistar,
até abriu o dia com uma sentida mensagem para João Almeida e Rúben Guerreiro, os “meus heróis”.
“A equipa manteve-me longe de problemas. Além da chuva, estava muito vento. Com uma escalada final rápida, não foi um dia fácil”, analisou Primoz
Roglic, batido no sprint de montanha por Dan Martin, que finalmente deu uma alegria à equipa de Israel. “Já estive muito perto de vencer neste ano e queria fazê-lo por esta equipa, que tem sido tão boa para nós”, disse.
Hoje,aVueltateráfinalmente uma etapa plana, a anteceder um fim de semana de montanha que foi aligeirado. As autoridades francesas não autorizaram a subida de domingo ao Tourmalet e a organização já trocou essa escalada pela do Formigal. Não será na mesma fácil – três montanhas e um acumulado vertical de 3040 metros –, mas um pelotão já cansado agradece.
“Estou orgulhoso e feliz com o que fiz. Os outros foram mais fortes e ainda não estou ao mesmo nível”
João Almeida
Deceuninck-Quick Step “Foi um dia louco, o mais duro da minha vida, uma superluta. Mas deixámos o Almeida cedo...”
Wilco Kelderman
Sunweb e camisola rosa “Como tinha uma etapa no bolso, priorizei a montanha. É um sonho de Giro”
Rúben Guerreiro
EF e líder da montanha “Não há muito a dizer. É a mudança de geração. Sou o único de 1984 ainda nesta luta”
Vincenzo Nibali
Trek-Segafredo “Chuva, vento e uma subida rápida. Não foi um dia fácil”
Primoz Roglic
Jumbo-Visma “Obrigado João e Rúben, vocês são os meus heróis. Fico feliz por esta geração dar cartas”
Nélson Oliveira
Movistar