“Entrar de caras no FC Porto? Talvez Ronaldo e Messi”
CONCEIÇÃO garante que não é “conservador” e explica que os reforços precisam de tempo
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Conceição voltou a dizer que não é fácil chegar ao FC Porto e “entrar de caras”, a menos que fosse Ronaldo ou Messi. Ganhar ao Gil Vicente é o “primeiro passo” para alterar o momento menos bom
Na antevisão do jogo com o Gil Vicente, Sérgio Conceição refutou a ideia de ter jogado à defesa em Manchester e voltou a pedir tempo para os reforços se ambientarem.
O FC Porto não vence há três jogos. Como vai dar a volta a isso?
—Ganhar amanhã [hoje] é o primeiro passo. Não podemos andar mais ou menos motivados consoante um resultado. Temos um caminho a percorrer e nem tudo vai ser sempre um mar de rosas, vão acontecer situações menos agradáveis e cabe-nos ter confiança no trabalho, nos jogadores. Olha-se para a perda de pontos e foi em casa de um rival direto, o Sporting, num jogo em que muitos momentos houve um grande FC Porto. E também com o City, mas não vivemos dessas vitórias morais, mas de pontos e de ganhar jogos.
Preocupa-o o atraso para o Benfica?
—Não é preocupação, é achar que não devíamos ter perdido os cinco pontos que, obviamente, são recuperáveis. Isto é uma maratona. Mas nós, exigentes como somos, não queremos deixar pontos de maneira nenhuma, mesmo que seja no início. Cabe-nos ir atrás, perceber que cada jogo tem de ser uma final. E amanhã [hoje] temos a possibilidade de voltar às vitórias e de uma forma sólida.
O compromisso de que tem falado tem de partir do jogador, do grupo ou de si?
—Não é fácil chegar a um clube como o FC Porto e entrar de caras, se calhar entrava o Ronaldo, o Messi, uma dúzia de jogadores que se contratasse, mas não é o caso. Chegam jogadores de realidades diferentes, não conhecendo o país, o grupo de trabalho, a forma exigente como se trabalha. E é normal que haja esse tempo de adaptação. Em contraste a isso entra a urgência das vitórias. Quando ouço que no último jogo o FC Porto surpreendeu, que tem um treinador conservador... Mas o que é isso de conservador? Eu nem nas contas, nem no dinheiro sou conservador. É ser realista. Perceber quem é que entende melhor o jogo e o que pretendemos. Não foi por acaso que nas primeiras jornadas meti os jogadores que trabalham comigo há alguns anos. É normal, não tem a ver com conservadorismo, com ser mais ou menos arrojado. Um treinador que joga para não perder é conservador, eu jogo sempre para ganhar, é completamente diferente.
Quanto tempo precisa para ter todos ambientados?
—O tempo agora é pouco... Tive o grupo de trabalho dois ou três dias, alguns um dia, e tivemos o jogo com o Sporting... Não posso, de certa forma, querer resultados imediatos. Mas do outro lado há a pressão e a necessidade da conquista dos pontos. O City foi de grande exigência. Ontem [anteontem], fizemos um treino com os menos utilizados... Aos poucos, vamos passando a mensagem, mas treino é treino. Vamos ter mais cinco jogos uns em cima dos outros até à próxima paragem. Se estamos confortáveis no jogo, com resultado positivo, é hora de meter alguém em jogo para que as suas sensações sejam diferentes do treino, claro que sim. Num jogo como o de Manchester ou Alvalade – ou até este com o Gil Vicente, que se pode tornar complicado – o cenário é diferente para ir metendo esses jogadores que chegaram de novo. Senão, só na paragem, arranjando um ou outro adversário para os colocar a competir de acordo com o treino.