O Jogo

Beirões já sabem ganhar

Golo de Rafael Barbosa vale primeira vitória

- MÓNICA SANTOS

Houve apoio nas bancadas, pela primeira vez em muitos meses de pandemia de covid-19, e o Tondela de Pako Ayestarán embalou para o triunfo que ainda não saboreara nesta época

Com um reforço de última hora nas bancadas, onde 132 adeptos aproveitar­am para matar saudades do jogo ao vivo, à boleia do teste-piloto da Liga, o Tondela festejou a primeira vitória neste campeonato com um golo de Rafael Barbosa e uma boa dose de suspense proporcion­ada pelo Portimonen­se. A equipa de Paulo Sérgio demorou a entrar no jogo, mas respondeu bem à desvantage­m e Fabrício até esteve uma eternidade na marca dos 11 metros para bater um penálti, aos 73’, mas o árbitro mudou de ideias, aconselhad­o pelo VAR, e o que sobrou foi um cartão amarelo para Welinton Júnior, que caíra em disputa com Jaume, e uma frustração imensa para o camisola nove dos algarvios, ali plantado diante de Trigueira para nada, quando a incerteza estava plantada no relvado do João Cardoso.

A precisar desesperad­amente de vencer, Pako Ayestarán apostou no extremo Jhon Murillo no lado direito da defesa, sempre à procura da companhia de Salvador Agra e com Rafael Barbosa atento a qualquer oportunida­de de se lhes juntar no desenho de promessas de golo que os reflexos de Samuel e o ferro trataram de adiar. Com liberdade de movimentos entre o flanco esquerdo e a faixa central e uma qualidade de passe que faz bem ao espetáculo, o camisola 70 do Tondela esteve em dois lances de golo, antes de assinar o 1-0, a passe de Strkalj, o avançado que, no segundo tempo, lhe ofereceria nova oportunida­de de acertar no poste. O Portimonen­se precisou de 25 minutos até Fabrício conseguir um remate a valer – Trigueira defendeu, como viria a suceder nos lances mais perigosos – só entrou no jogo depois desse abanão de Rafael Barbosa. Até aí, ficou a ver o Tondela jogar, sem resposta para a voracidade do ataque caseiro. A espera, porém, valeu a pena. O visitante cresceu em coesão, ganhou velocidade e deu à partida o equilíbrio que se esperava. Ao intervalo, Paulo Sérgio trocou Aylton Boa Morte por Welinton Júnior, o atacante a quem, aos 56’, Anderson deixou com a baliza livre para o empate, que saiu a voar sobre a barra. Foi também ele quem esteve no lance que quase foi penálti, num período em que o sobressalt­o era já repartido, sem passar disso mesmo: nem o poste deixou Rafael Barbosa festejar um segundo golo que, fatalmente, atingiria em cheio o adversário, nem o VAR deu luz verde ao penálti que devolveria a igualdade ao marcador. Venceu quem mais e melhor correu para sair ao som do aplauso dos adeptos, tão raro e especial em tempos de covid-19. O Tondela fez por merecê-lo.

“Muito boa primeira parte, provavelme­nte, a melhor. Estou muito contente com o rendimento da equipa” Pako Ayestarán Treinador do Tondela

“Entrámos amorfos e o Tondela foi mais agressivo, mas só até aos 28 minutos. É injusto não levarmos pontos” Paulo Sérgio Treinador do Portimonen­se

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Rafael Barbosa foi o autor da primeira vitória do Tondela na presente temporada

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