“Seremos candidatos quando for bom para nós”
RÚBEN AMORIM Técnico mantém abordagem cautelosa na corrida pela Liga, blindando a equipa face à pressão de ir na frente. “Não ganhamos a jogar mal”, avisou quanto ao relaxe
Jovane, Nuno Mendes, e Plata
ficaram em Lisboa
Contra o Famalicão, o timoneiro verde e branco quer manter a invencibilidade até ao Natal... e Páscoa. Está tão contente com o meio-campo que diz que não caberia nele se ainda jogasse futebol
●●● Invicto, líder e na crista da onda. O Sporting vai a Famalicão sabendo que de lá sai líder independentemente do que aconteça, pelos quatro pontos a mais do que Braga e Benfica. No entanto, Amorim quer manter a força para, no futuro, poder dizer que este leão é mesmo candidato ao título.
O Famalicão é décimo e só tem duas vitórias, mas foi a sensação o ano passado. Espera dificuldades?
—Eles são vítimas do sucesso deles, tanto o clube como o treinador. Fizeram uma grande equipa no ano passado com gente jovem. Este ano ainda sãomaisjovens, estãoreferenciados por nós. É algo que faz parte do projeto do Famalicão. Não deixa de ser uma excelente equipa, que está no início, com um excelente treinador, que acabou de renovar contrato. Têm talento e vão jogar contra o líder tendo pouca responsabilidade. Não podemos dar-lhes muita liberdade e acreditamos que vai ser um jogo perigoso e cada vez mais as equipas olham para nós de outro modo. Não podemos relaxar para ganhar jogos, não ganhamos a jogar mal: aconteceu uma ou duas vezes, mas temos de jogar muito bem para ganhar os jogos.
Já assume que o Sporting é candidato ao título?
—O nosso objetivo mínimo é vencer todos os jogos. Direi que somos candidatos ao título quando for bom para a equipa. Só quando for o melhor para a equipa direi se somos candidatos ou não.
Sente que o plantel dá garantias de maturidade?
—Estive em plantéis com um nível de maturidade diferente. O que falta para ser campeão é chegar à ultima jornada com vantagem de pontos e ganhar o último jogo.
O que diz a quem já graceja com o facto de o Sporting poder chegar ao Natal [se ganhar contra o Famalicão] como líder?
—Só quero estar na próxima jornada na frente. Se ganharmos, ficamos mais duas semanas na liderança. Ainda assim, este ano parece que nem há Natal. O nosso foco é vencer todos os jogos até lá...depois até à Páscoa e seguirmos assim até ao próximo momento religioso [risos].
Nuno Mendes parece ter estado uns furos abaixo nos últimos tempos.
—O crescimento do Nuno foi muito rápido. Fez grandes exibições, depois surgiu um ou outro jogo menos conseguido, também pela fasquia que ele colocou nas suas exibições, mas vamos sentir isso durante a época porque muitos atletas são jovens. Jogar no Sporting não é fácil e então com 18 anos... Enquanto equipa técnica temos de aprender com miúdos que são juniores. E às vezes esquecemo-nos disso. Está nas mãos de todos provarem que podem ser solução, como é o caso do Bragança, do Tiago Tomás e do Quaresma.
Ainda assim, o lateral tem despertado a atenção de grandes europeus. Tem medo de perdê-lo?
—Isso é da responsabilidade da estrutura, mas não tenho medo de nada: todos os miúdos estão blindados e estou tranquilo. Quem quiser os jogadoresdo Sporting terá de pagar muito dinheiro.
Concorda com quem diz que João Mário e Palhinha são a melhor dupla de médios na nossa Liga?
—São a melhor dupla juntamente como Daniel Bragança e o Matheus Nunes. Temos as duas melhores duplas de meio-campo do campeonato. Se eu jogava nesta equipa? Comigo como treinador não jogava... nem estava no plantel [risos].