“Uma coisa é organização defensiva, outra é anti-jogo”
SÉRGIO CONCEIÇÃO atira-se aos “fala-barato” e garante nunca ter criticado quem defende com dez
“Marega e Taremi são compatíveis, claro que sim”
Corona foi convocado, mas não deverá ser titular
Evanilson e Taremi discutem vaga no ataque
Conceição vinca que não fez anti-jogo com o City e considera que interpretar mal o que diz é um passatempo, após uma resposta sobre o o aborrecimento de Guardiola com a estratégia defensiva dos dragões
Da compatibilidade de Marega e Taremi ao desempeno das equipas lusas nas provas europeias, Sérgio Conceição não fugiu a nenhuma questão antes do jogo com o Tondela e dedicou uma parte do tempo a explicar que não se deve interpretar as críticas que faz ao anti-jogo como reparos à postura defensiva dos adversários.
Que jogo espera com o Tondela?
—É mais um jogo de campeonato, no qual teremos de ser uma equipa forte para ganhar. É verdade que o Tondela não fez muitos golos, mas é das equipas, a par do FC Porto, que tem mais bolas nos ferros. Isso revela um pouco de falta de sorte e espero que assim continue neste jogo. Agora, vamos ter de trabalhar, ser uma equipa forte em todos os momentos dos jogo e interpretá-los bem, seja a atacar ou a defender, para ganharmos. O Tondela gosta de jogar, é uma equipa positiva, e teremos de ser uma boa equipa para ganhar.
A condição física dos atletas obriga-o a mexer no onze?
—Temos que olhar para o desgaste dos jogadores, mas essa gestão nunca é feita a pensar num ou noutro jogo. Olhamos para o momento dos jogadores e avaliamos a componente física, que é muito importante, mas também para a estratégia. Vemos o historial recente dos atletas e percebemos quem pode estar mais em risco, pelas diferentes manifestações que têm connosco e pelo que vamos analisando. O Luis [Díaz] era um jogador em risco no jogo com o Manchester City, como agora poderão estar outros.
Desmontar um Tondela com três centrais é um desafio interessante ou o FC Porto está mais preparado para isso?
—No ano passado também defrontámos equipas com linhas de cinco. Cada equipa tem a sua dinâmica e temos de nos preparar em função disso, até porque ela muda consoante as características dos jogadores. Acho que vamos apanhar um Tondela com dois laterais ofensivos, mas vamos ver. Em Alvalade, por exemplo, jogou o Murillo, que é um ala, sobre a direita e amanhã [hoje] poderá jogar o Bebeto. Vamos ver. Conhecemos bem as individualidades e a dinâmica coletiva do Tondela. Sabemos que o [Salvador] Agra não jogará, mas não deve mudar muito em relação à estrutura habitual.
Pako Ayestarán disse que existirão momentos em que defenderá com todos. Que estratégia tem para garantir os três pontos, visto que tem um orçamento muito superior?
—[risos] Parece que um dos passatempos que dá mais prazer às pessoas é interpretar mal as palavras do Sérgio Conceição. Quando me perguntam se prefiro ganhar por 4-3 ou 1-0, o que respondo? Por 1-0, porque privilegio sempre sempre uma boa organização defensiva. Essa é a base para seSeé aí que quer chegar, vou dar um exemplo: o Manchester City tem uma média de seis faltas por jogo na Premier League e contra nós fez 13 ou 14; mais do dobro. Já estive em equipas mais pequenas que defrontaram outras com orça-
SÉRGIO CONCEIÇÃO
“Um dos passatempos que dá mais prazer às pessoas é interpretar mal as palavras do Sérgio Conceição”
“Nunca critiquei um colega meu por jogar com dez homens atrás da linha da bola em cima da área”
“Se Marega e Taremi estiverem bem e em forma, são compatíveis”
“Os fala-barato, que comentam e escrevem sobre orçamentos... (...)Vejam, leiam, para depois não falarem ou não dizerem barbaridades”
“Quem vê alguns programas fica com a ideia que o futebol português e os seus protagonistas são uma desgraça? É verdade. Tem razão”
mentos 10, 15, 20 ou 30 vezes maiores e sempre privilegiei muito a organização defensiva. Isso não quer dizer que provoque o tal anti-jogo. Isso é diferente. Nunca critiquei um colega meu por jogar com dez jogadores atrás da linha da bola em cima da área. Se alguém arranjar uma declaração minha a criticar um treinador por isso, dou um milhão de euros. Podem procurar à vontade. Mas depois, os fala-barato, que comentam e escrevem sobre este desporto fantástico queéo futebol, vêm com artigos sobre orçamentos, ou que critiquei o Marítimo, o Belenenses ou o Aves. Nunca foi pela estratégia mais ou menos defensiva. Vejam, leiam, para depois não falarem ou não dizerem barbaridades. A forma como falei no final do jogo [com o Manchester City] foi em resposta a alguém que criticou a estratégia, que não foi de anti-jogo, de certeza absoluta. Aproveito para dar os parabéns às equipas que passaram a fase de grupos da Liga Europa, assim como nós também devemos de estar por passarmos a fase de grupos da Liga dos Campeões, porque é um bom sinal para Portugal.